Como o orgulho nos priva de viver coisas incríveis

Talvez eu deveria ter dito o quanto ele era lindo quando sorria. A gente devia naturalizar mais os elogios, afinal, quem não gosta de saber que é lindo para aquele que lhe carrega o coração?

Talvez se eu tivesse falado mais do que escutado, se tivesse demonstrado mais sinais de carinho. Mas não, me segurei demais e me entreguei de menos. Quis me fazer superior, fingir que não tinha sentimentos, que meu coração era inalcançável. Eu deveria ter falado coisas sem razão, mesmo que eu tivesse. Sido mais espontânea e mais meiga como ele foi desde o princípio. Pensei demais no que era certo pra sentir, no que era certo pra falar e acabei perdendo a naturalidade das minhas emoções. Porque pra mim era mais fácil ser sozinha, mais fácil guardar o que eu queria falar. Difícil mesmo foi ter coragem de dizer, e depois aguentar as consequências. Difícil foi deixar o sentimento ser maior do que o orgulho. Foi aí que eu entendi que eu não tenho mais idade pra ficar com esse joguinho de orgulho. Descobri que por trás da frieza podia existir amor. Só então, me dei conta do tempo que perdi mascarando algo que não precisava de máscaras. E a verdade que a gente só aprende isso com o tempo, afinal de contas para que ter razão nos sentimentos? Essa razão que tanto queremos ter, pode nos privar de tantas coisas, sentimentos, alegrias, frio na barriga... E todo esse tempo que me privei me fez perder momentos incríveis, momentos que talvez não voltem mais.

Ana Carolina Dutra
Enviado por Ana Carolina Dutra em 31/01/2020
Reeditado em 01/02/2020
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