Preciso  esquecer



 
Preciso esquecer alguns caminhos
por onde um dia desses eu passei,
às vezes tento sacudir os ombros, balançar a cabeça
e fecho os meus olhos,
fecho calmamente, e busco em meus pensamentos outro lugar,
outro rumo,
para largar um certo passado para sempre,
para ver se no presente
me acostumo, volta e meia lá estou eu à me perguntar
porque não esqueço,
não esqueço...
Será que a minha alma gosta de voltar
pelos mesmos caminhos onde um dia sofreu,
onde um dia ganhou, noutros dias perdeu?
Para viver é preciso continuar
à acreditar que bem mais a um degrau irei alcançar a felicidade,
e eu nem acredito muito nela, mas,
ela sorri para mim, como se ela ainda acreditasse
que poderei viver outra vez à sorrir,
ah, mas acho que não, prefiro seguir cética,
basta ir no vento de um dia
e uma noite, mais outra, quem sabe eu chegue...
e quando eu chegar,
não quero me contentar em ser só o que busquei ser,
quero um pouco
mais de mim, quero brigar, quero relutar em não aceitar,
porque a passividade
me dá tédio, ah escrever, talvez seja um jeito
de correr sem me cansar.

Liduina do Nascimento





Não magoar



Há tanto à percorrer, tanto para sonhar,
sem pressa,
fazer o seu ninho, juntar cada galho seco, 
de voo em voo reconstruí-lo, sem se importar, 
sem indagar; 
Está nublado, não? 
Ser a luz do seu próprio mundo, 
qualquer caminho será o certo. 
Rconhecer a própria alma, 
perceber à tempo o que ela precisa.
Aprender à caminhar 
sem pensar nas horas, sem magoar,
sem machucar ou se deixar atingir pelos dissabores. 


 



 
  v i d a    a c o n t e c e n d o



 
Choveu  sonhos ...
A impressão que tenho é a de que acordei por entre a serra,
as plantas do meu quintal estão todas molhadas,
e por incrível que pareça, em pleno mês de novembro,
nesta madrugada, choveu bastante,
nesta manhã fresca, verde, de céu nublado,
os pássaros estão cantando pelos telhados, quebram o silêncio,
e todos estão quietos em suas casas, não vejo ninguém passando
pela rua. O que eles não sabem, é que o som dos seus cantos
renova a minha alma e minha vontade de viver.
Lembrei quando a chuva no começo deste ano,
vinha forte com a ventania, batendo portas abrindo algumas...
fechando outras, abrindo minha alma sempre banhada de emoções.

É, sempre que chove eu costumo olhar a rua, lembro da
minha infância, dos meus irmãos, e que lindas lembranças.
Quando olho a chuva
ainda  fico, sonhando, nada vejo ao meu redor ...tudo sinto,
em minhas fantasias.
Recordo, quando eu escondia as minhas lágrimas
na chuva, e o sol sumia, os meus sonhos também, recordo
quando o que eu pedia a chuva;
_Chove, esperança, chove algumas certezas, chove amor,
chove alegria, lava e leva as tristezas do meu coração,
leva embora de  vez esta paixão que inunda os meus espaços.

Vem ventania, com a chuva e arrasta para o fim do mundo
tantos desejos inúteis. Pois que chovia literalmente
e nada me dava alegria... o meu coração é uma criança
que se encanta com a chuva e se contenta com os pássaros, 
e com um amor que não existe e amar tanto assim é sorte.

Agora aqui chove bons pensamentos, alimentando a minha vida
apagando a palavra impossível.
Amando cada amanhecer mesmo sem você,
este é o meu lugar, não quero mais sair daqui.
A chuva me ouviu, levou minha tristeza, levou um amor 
que doía, deixou esse amor manso, infindo, que de vez em quando
ainda me dá a alegria de sonhar de noite com você.


Imagem do google








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Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 11/11/2019
Reeditado em 16/01/2020
Código do texto: T6792459
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