BRECHÓ

Outro dia, indo na quermesse da Paróquia São Lucas Evangelista, entrei para ver as dezenas de roupas que estavam expostas. Todas a preços bem acessíveis e em bom estado. Gostei de um blusão de tecido natural, do meu tamanho. Comprei-o e assim que cheguei em casa troquei a etiqueta que fica na gola por achar exagerada a estampa. Coloquei de outra marca, mais modesta.

Dias após, numa festa, sentado ao meu lado, casal de meia idade, chamou-me atenção. O marido não cansava de me olhar. Até que ele disse à mulher bem alto. Olha, bem. Este era o meu casado, não era? Apontando na minha direção. Perguntei-lhe onde tinha sido confeccionado seu suposto blusão. Em Santa Catarina, disse. O meu em Cianorte. Veja a etiqueta e lhe mostrei. Acha que tenho cara de frequentar brechó, retorqui. Ele pediu mil desculpas e foi para outro canto.