A (DES)VANTAGEM DE SER EU

A crônica vai ser um pouco fastidiosa. Hoje, acordei bem humorada e fiz aquilo que devemos fazer num sábado pela manhã: Procrastinar.

Agora, já se passaram mais de 13 horas do dia de hoje e sigo com algo que me calou: Exatamente ninguém do meu ciclo de sábados matinais sentiu minha falta, não que isso seja algo que me comova ou que me derrube, mas é incrível como as pessoas só lembram de você quando existe uma necessidade envolta.

Um adendo rápido em meio a essa chatice de crônica, na sexta tivemos um debate desnecessário na escola, desnecessário não por ser de fato algo que não tem necessidade, mas desnecessário porque explicar o feminismo em plenos anos 2000 é uma coisa tão demodé. Mas, informações e a troca delas é sempre bom. Todavia, as pessoas aplaudem tanta gente sem argumentos e que tenta tocar na ferida, que não sentir minha falta até que é algo bom.

Eu não sou lá a melhor pessoa do mundo, mas acredite, uma pessoa que se incomoda com debates só pode ser alienada social, e isso, como meus leitores mais ávidos sabem, eu não sou.

Mas não é sobre isso que eu quero falar, vamos voltar pra quando eu estava dissertando sobre as pessoas não sentirem minha falta. Digam-me, caros leitores de Fernando Pessoa, Machado de Assis e Lya Luft, vocês acham que alguém que só tem críticas a fazer e que está sempre mergulhada nos teoremas da vida tem motivos pra despertar o sentimento puro da saudade de alguém?

Ando tão a flor da pele, que nem sequer parei pra pensar que o meu jeito pode incomodar pessoas, mas se incomoda, digam-me, o melhor a se fazer é deixar passar e viver como se não existissem ou bater de frente e dizer: Que se foda? Ah, por mim, que se foda. Não, não, melhor fingir que não existem como finjem que não existo.

Não sei se já perceberam, mas nunca entro em consonância com meu eu interior. Vivo uma dicotomia! Uma dicotomia que não é lembrada no meu ciclo sabatino matinal, mas que acreditem, será lembrada na intelectualidade da história da humanidade, como Cervantes eternizou Dom Quixote.