COMEÇAR DE NOVO


     Queria começar tudo de novo, traçar planos que foram mal planejados e arriscar na profissão que não ganhe muito dinheiro, mas sentir-se bem com o cargo ocupado.
     Quanto tempo perdido levou para direcionarmos a nossa vida, para algo que talvez não vá levar a nada, mas insistimos na nossa própria falta de inteligência.
     Se fôssemos remontar os pedacinhos dos filmes do nosso passado, simplesmente apagaríamos o fracasso, pois só deixaram marcas negativas em nossa mente, podendo até paralisar, bloquear e neutralizar a jornada para o nosso futuro.
     Tanta pressa para não chegar a lugar nenhum, que a carga de adrenalina do nosso sistema nervoso, de uma hora para outra pode explodir de uma só vez e levar até ao óbito, enquanto os que ficarem aqui só irão apenas recordarem das suas lembranças, se forem boas.
     Para que tanta discussão sem motivo óbvio, por mera coincidência por não concordar com o que o outro diz, e apelar para ignorância, para agressão; entrar em desacordo por não ser do mesmo partido.
     A fila da cidade do esquecimento não para de crescer, e o que temos aqui é simplesmente um empréstimo temporário daquele que controla tudo lá de cima, sem falar que não podemos levar nada daqui debaixo, pois do mesmo jeito como viemos veio assim retornaremos.
     Passar horas e horas olhando mar, ver o sol se pôr, as ondas murmurarem poesias de amor e a maresia brigarem com as areias por um espaço para se molhar, e as estrelas pincelar o céu com gotículas de pontilhados azuis, beijando o sombreado das águas.
     Quantas madrugadas perdidas nas insônias depois de mais um trabalho forçado, angustiar-se embaixo dos lençóis recorrerem nos braços de quem ama, mas o cansaço é o que domina quando as pernas roçam uma nas outras, mais na sequência vira para o lado e dorme como senão estivesse acontecendo nada.
     As boas gargalhadas já não fazem mais efeitos; tanta desgraça como tiro no peito é rasgar o verbo em palavrões e tropeçar nas próprias acusações; sentir o faro da estupidez esconder-se e não dá a cara para bater.
     Às vezes pensamos ser o dono do mundo, mas caímos na desgraça de não sermos dono de nada, e o que gira em nossa volta quer incutir em nossa mente, que somos produto do meio, ou melhor, escravo do capitalismo que não dá um passo sem consultar a internet, presos nas redes dos internautas; estamos sempre conectados.
     E aquela pessoa que nem te conhece, você é uma ameaça para ela somente porque não gostou de seu estilo de vida, sua roupa, seu falar, dos amigos de seus amigos e fazem uma fortaleza de empatia com os outros, somente para perturbar você.
     As semelhanças que esbarramos no dia-a-dia, querem chamar atenção para alguma coisa; os mesmos hábitos, gostos, manias, defeitos e pensamentos parecem que saíram da mesma fábrica, somente com os códigos de barras diferentes uns dos outros.
     O casamento é como um cabo de guerra, sempre arrebenta para o lado mais fraco; depois querem repartirem o que talvez não construíram juntos mas os pedacinhos que restou do antigo matrimônio, ninguém quer reconstruir, pois é mais fácil juntar os trapos dos problemas do que remendar os panos com persistência, paciência e perdão, porque com o tempo rasga-se de novo.
     O ser humano move por emoção, a razão fica para o segundo plano, pois os olhos sempre desejam o que é mais cobiçado, e o coração parece uma máquina de produzir erros; o atestado de falta de inteligência e bom senso estão estampados na testa de cada um; ao aproximarmos com cuidado uns dos outros, vão aparecer os pobres.
     A mulher e o chapéu parecem que se combinam, cabem na cabeça de todo mundo, a diferença é no tamanho de cada um deles; a mente está sempre em alerta para disparar algo aleatório, coisas que não aconteceram somente para aproveitar o momento de jogar o verde para colher o maduro; depois para desenrolar esse abacaxi fica difícil.
     A mentira é o retrato da falência múltipla, se não sabe mentir conte uma historinha (convincente), porque mais cedo mais tarde virá à tona e você ficará com cara de paisagem a ver navios; a verdade sempre prevalecerá quando não souber disfarçar: isso é caráter.
     Sonhar não é pedir esmola para dois, mas alcançar o mais alto patamar da imaginação humana, é transformar em realidade em atitude concreta e sair na frente daqueles que nem pensaram em tentar alguma coisa, pois só conseguem algo se for por meios ilícitos, prejudicando talvez uma nação inteira.
     A novela da TV é o retrato do cotidiano, o que mudam são os personagens, aparecem todas as figuras que entram em cena nessa estória, que chamam atenção de todo mundo, mas no final são somente uns bobos da corte que está estreando apenas como figurante, somente para atrapalhar a sua estreia ofuscando assim a sua estrela.
     A nossa caminhada é decidida por nós mesmos, a direção, a rota que iremos tomar faz parte do nosso livre arbítrio, se no final conseguimos chegar ileso, sem nenhum arranhão pronto para desbravar o futuro que traçamos do outro lado, é porque há um ser superior a nós mesmo que nos conduziu a vitória: Deus.
     Estamos chegamos à velhice com trauma da infância; a adolescência foi cercada do “não pode”, a juventude foi difícil encontrar um espaço para o que foi proposto pelos pais, e quase sempre não seguimos os conselhos deles, por isso várias vezes quebramos a cara; o que almejamos não nos deixa satisfeito com nada e recebemos em troca disso tudo: decepções.
     O racismo é a falta de educação, não ensinada em casa e nem na escola, é uma questão de humanidade; apenas um grupo de ignorantes que acham que são puros demais, para viverem somente aqui nesta terra, mas se esquecem de que a nossa nação é a miscigenação das raças; ser feliz por ser branco, negro, moreno ou mameluco é o que importa, as demais coisas vão se completar quando me sinto a pessoa mais bela desse planeta.
     Se houvesse igualdade social não haveria tantos moradores de rua e mendigos espalhados pelas nossas cidades; uns ganham muitos através da deslealdade, outros por ser fiel a sua pátria, perdem tudo: emprego, família, dinheiro e a dignidade; é como dizem por aí: esse é o Brasil que eu quero! (retifico) Esse não é o Brasil que eu quero!
     Chegamos aonde não devíamos chegar, e estamos nos arrastando para recompor o que nos foi tirado; não existe nenhum gênio que mora dentro da lâmpada mágica, que possamos esfregar para nos salvar, mas a força de um povo está na união se nós soubermos usar essa arma, com certeza não seremos destruídos totalmente.

     “Ou viver a Pátria livre ou morrer pelo Brasil!..”











































































 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 13/05/2019
Reeditado em 10/12/2021
Código do texto: T6646103
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