Ah que saudades...

Em visita aos guardados da lembrança, descobri coisas

que só Deus sabia, entrei no lado bom aonde a fantasia em resquícios se escondia.

Quanta luz, reflexos de puro prazer, verdadeiro caleidoscópio de momentos felizes!

Retratos de muitos amores vividos, de alguns mesmo apenas sonhados, mas como filhos adotivos, tinham o mesmo valor, eram fontes da mesma paixão, tinham a mesma intensidade, pois marcaram bem fundo...

Amores ontem impossíveis, hoje (ainda) inconfessos, sorriam a minha passagem, em alegres revoadas a minha volta como meu cão a celebrar minha presença.

Enfim estavam lá, como em um livro ilustrando minha história.

Eu não seria nada sem elas...

Como seria viver sem memórias?

Elas simplesmente existem, são registros de um passado, como uma trilha tantas vezes percorrida, refúgio dos meus passos às vezes tão incertos.

Recordações livres, jamais meras prisioneiras, apenas presentes como arquivos em núvem...

De volta ao futuro, entre meus oito e oitenta, me vem à mente as palavras do poeta Casimiro de Abreu:

Oh! que saudades que tenho da aurora da minha vida...

Paulo Ivan 12 de maio de 2019.