O salário é mínimo, mas a maldade é máxima!

A Reforma da Previdência ganhou as ruas, mentes e corações da população. Nos bares, nas conversas em família e na imprensa nacional já está virando consenso que funcionários públicos são culpados de o Brasil não alavancar sua economia, de ter 13 milhões de desempregados.

Eu gostaria de refletir dois pontos com você: 1. Já tivemos outras Reformas da Previdências; e 2. Quem são os servidores públicos brasileiros.

Levando em consideração apenas o período pós redemocratização, já fizemos seis alterações nas regras da Previdência todas apertando o cinto dos trabalhadores e servidores públicos, mas nenhuma delas solucionou os problemas do Brasil.

A primeira delas foi em 1991 com o Presidente Fernando Collor. Sete anos depois, em 1998 e 1999, o Presidente Fernando Henrique Cardoso fez duas reformas: acabou com o tempo de serviço do trabalhador, colocando no seu lugar um cálculo perverso do tempo de contribuição com o INSS; e criou o fator previdenciário.

No seu primeiro ano de mandato, no ano de 2003, o Presidente Lula fez a sua reforma salvadora e as vítimas foram novamente os funcionários públicos. Aquela reforma dificultou ainda mais o acesso dos servidores à aposentadoria; instituiu a cobrança da contribuição dos inativos e pensionistas, justamente aqueles que mais precisam; e, por fim, a cereja do bolo de maldades, foi o teto para os servidores federais.

Afinal, quem são os servidores públicos? São os médicos e demais profissionais do Sistema Único de Saúde. Até a água que bebemos passa pelo crivo desses profissionais. Os policiais militares e civis, os corpos de bombeiro e as forças armadas também são servidores públicos cuidando da ordem na nossa cidade.

O que dizer dos professores e demais profissionais da educação? Não tem como questionarmos a importância do trabalho de todos os profissionais citados. São esses profissionais que, segundo o governo e a imprensa em geral, são os culpados pela crise econômica do Brasil.

Arruinando as condições de trabalho desses e de outros servidores públicos o Brasil sairá do caos econômico? Quem é o culpado pela crise econômica o servidor público ou os governantes?

Qual foi a contribuição dos rentistas e da elite empresarial nesse período? Imposto Sobre Grandes Fortunas, nem pensar! Diminuir os juros imorais dos bancos e dos cartões de crédito, jamais! Nem pagar a dívida bilionária com o INSS os caloteiros querem e ninguém os pressiona!

Segundo o economista Amir Khair, a criação de um Imposto Sobre Grandes Fortunas com alíquota de apenas 1% arrecadaria 100 bilhões de reais por ano.

Para os donos dos bancos - e a imprensa concorda plenamente, a culpa sempre é daqueles que limpam o chão das nossas fábricas ou dos que trabalham na roça produzindo nossos alimentos em troca de um salário mínimo por mês... O salário é mínimo, mas a maldade é máxima!

Colaboração Tharsus Oliveira e senador Telmário Mota