EMBÓFIA
 
          Resolvi escrever um pouco sobre uma coisa que há tempos incomoda-me aqui neste espaço. Apesar de ser um espaço democrático em nome de um fazer literário, e neste ponto ele é maravilhoso, ando meio refugiado em meus pensamentos. Escreverei de uma forma não corriqueira, fugindo até de um estilo próprio e inclinações para não causar nenhuma celeuma entre meus pares. O fato é que o pedantismo em nome de um saberete histórico-político tornou-se uma constante em nosso cartão de apresentação. Sem ter a intenção de lacramar nem tão pouco trazer nenhum lenitivo a quem quer que seja, vejo claramente a tartufaria manequeista de alguns perlengueiros de plantão. Desconheço suas herdades, sei apenas que são diferentes das minhas apesar de habitarmos a mesma terra, a mesma pátria mãe, pelo menos indiferenciados neste ponto. A macaquice passa a ser um espetáculo à parte, engazopador, frequentemente se reverberando em tacanho discernimento! Procuram a todo custo através de uma verbiagem a tranquibérnia para os menos reflexivos, cometendo a insensatez de que são os donos da verdade absoluta. Dentro de suas malevolências políticas partidárias propagam o negativismo gratuito, fruto de um recalco depositado em nome da toleria que os acompanha.
          Fico a observar que suas lutas não são lutas, é uma exibição caótica, muitas vezes abaulada em insinuações rasas, tendencial em sua essência destrutiva de aversão, de ser do contra não importa a quem, desde que sua velhaquice emerja. Estou farto de ver microcéfalos dentro de suas necessidades prementes cometerem hiatos em suas nolições. Que fiquem com elas, todas, guardadas em suas caixas pretas de mal querência. Esquecem que estamos todos juntos na mesma navegação por mares revoltos, temos um timoneiro à frente, colocado nesta função pela maioria, então respeitemos sua condição que ocupa. Sejamos no mínimo éticos, coisa que duvido muito a quem estes que me refiro possuam. Possuem sim, uma farolice, que se julgam vítimas de uma malandança de um povo que não comunga com suas ideias "revolucionárias", e em falar em revolução, não se faz revolução tentando tapear nem pregando nolição tendencial.
          Chega de querer impor um heroísmo sem pátria, inserção de sementes malditas, usurpadoras de liberdade e pregação do desalinho social. Chega de nhenhenhém, lamúrias presunçosas, lentes míopes de uma visão ultrapassada em modelos absoletos e ditatoriais em nome de um social perverso. Estou cheio destas esparrelas recheadas de sabenças, sarcásticos, galhofeiros com papel e caneta na mão! Assim recolheu-se o observador ao finalizar suas impressões...
 
Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 29/03/2019
Reeditado em 29/03/2019
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