Envelhecendo...


         1. Sem "comes e bebes", festejei, este mês, o meu aniversário. Pelo meu signo - Peixe -, o leitor, ligado na astrologia, fica sabendo que nasci entre 18 de fevereiro e a presente data, 13 de março.
          2. Como acontece todos os anos, recebi dezenas de mensagens; todas me desejando mais dias de vida. Ainda bem que não estipularam quantos. Sabem todos que isso é tarefa do Criador.
          3. Foram muitos os "sapsaps", vindos dos mais distantes lugares do planeta. Não esperava tantos. Pensei, juro, que havia sido esquecido, mormente pelos amigos e amigas que moram longe. Não foi o que aconteceu: chegaram-me mensagens generosas e mentirosas. 
          4. Generosas quando diziam, com todas as tintas, que o aniversariante era um cara muito legal, solidário, alegre e amigo nas horas incertas.           Mentirosas quando diziam, com todas as letras o seguinte: "Rapaz, você nem parece que tem essa idade! Novinho em folha, hein?". Os mentirosos não descobriram em mim, com certeza, o que Shakespeare chamou de "devastação cronológica"
          5. Mas, uma coisa é certa e talvez eles não saibam: estou envelhecido, feliz e saudável, porque respeito o tempo; o meu tempo.  Quando tento fugir dele, lembro-me da advertência feita por Rachel de Queiroz: "A mocidade é como catapora, não dá duas vezes". 
          6. Não quero dizer com isso que os de idade avançada devam renunciar a tudo e a todos, perdendo sua jovialidade.  Machado de Assis dizia que "A mocidade não está na certião de nascimento". Que os de idade sejam jovens sem serem ridículos... "Carpe diem", conselho do poeta romano Horácio.
          7. São ligeiras e despretenciosas reflexões de um coroa, que chegou a março de 2019, depois de uma longa caminhada...
          Mais envelhecido, com mais cabelos brancos, estarei de volta, em março de 2020.
Se o Criador permitir, claro...
(SSA,5/3/2019)


 
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 13/03/2019
Reeditado em 24/10/2019
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