Mas o que é folclore?

Mas o que é folclore?

Um conhecimento popular? Um conhecimento científico? Um fato celebrado em um período do ano?

Algo que já existiu ou existe até os dias de hoje?

O folclore está no campo, na cidade, nos assentamentos ou em qualquer lugar que exista cidadãos transformando a vida em conhecimentos, costumes, crendices, tradições?

Tantas interrogações e tantas coisas já lidas sobre o tema, mas tanta coisa ainda por se dizer sobre algo que não teve nem tem fim, porque o folclore é a alma de uma comunidade, o processo criativo e de transformação de um povo que vai tecendo a vida pela experimentação, pela repetição, pela necessidade de manter vivo um saber que não se aprende na escola, nos livros ou de forma sistemática, imposta pelas instituições movidas pela tecnologia e pela razão.

Porque o folclore é a manifestação do querer humano através das várias linguagens criadas pelo homem para o processo de interação social: gesto, desenho, movimentos, sons, pinturas, produção de utensílios, armas, crendices, escritas, tecnologias...

Vai desde um comportamento transmitido a uma história narrada e repetida por tantas gerações.

O folclore está nas xilogravuras, nos versos cantados, nas histórias contadas, nas danças e rezas, nos folguedos e nas cantigas de roda, nas fórmulas de fiado e nas excelências, nas promessas e histórias de alarme, nas festividades populares tradicionais e nas várias formas de enterrar os mortos, nas lendas urbanas e nos atos criados nos assentamentos para se criar os remédios, as garrafas, as novas curandeira, rezadeiras e sábios idosos dos lugares. São fontes inesgotáveis de produção de conhecimentos.

O folclore não sumiu com o advento da tecnologia, não está estagnado por causa da música eletrônica, muito menos foi sepultado porque as cidades se verticalizaram, ao contrário, o folclore se reinventa com as novas ressignificação humanas através dos fatos sociais, culturais e históricos.

Quer saber, até esse texto que acabo de escrever é um fato folclórico, pois ele nasceu das experiências de minhas vivencias, sem a menor pretensão de ser embasado por um conhecimento mais sistemático, porque a produção folclórica é espontânea.

Até breve.

Marcus Vinicius