DO LADO DE FORA DO ARCABOUÇO HUMANO

Todos os dias estamos prontos para fazermos muito, montarmos o cavalo da aurora, empunharmos a espada do tempo e galoparmos em direção ao que por ventura nos espera. Caímos, levantamos, corremos, caminhamos e planejamos o futuro. Praticamos nosso esporte preferido, saímos com a família para um lugar que possa fazer bem a todos e, então quando já exaustos, adormecemos. Descansamos para um novo dia. E no dia seguinte em continuidade ao que passou, alguns lances se repetem, outras situações se inovam e vamos, indo e vindo ou permanecemos onde acreditamos que é melhor. São várias mensagens, diversas informações, pensamentos, que com efervescência nos creditam a infinitas possibilidades e que deveras nos estimulam a buscar algo, mais e mais. Não sem razão escrevera o poeta brasileiro, Machado de Assis, que “a vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.”

Não é segredo para ninguém que a maioria de nós buscamos sempre conhecer muito sobre tudo que está ao nosso redor, sobre o outro. Somos fascinados pelas pessoas que nos cercam e pelos lugares que passamos e nos fazem, às vezes sem intenção, criar ideias incríveis em nossa mente. Fantasiamos eventos, episódios e porque não dizer que recriamos também as pessoas em nossa imaginação. Fazemos conta, criamos no outro o personagem que queremos antes mesmo que ele possa nos oferecer um pouco de quem realmente é. É um universo infinito de possibilidades. Mas sabe o que mais pode nos intrigar? Mesmo com tudo isso que nos perpassa aleatoriamente, podemos constatar que fizemos muito, aprendemos com intensidade, crescemos muito. Contudo em certas ocasiões podemos descobrir que definitivamente não nos conhecemos por dentro. Apenas estamos acostumados com nós mesmos do lado de fora do arcabouço humano. Igualmente o filósofo chinês, Lao-Tse, nos instrui detidamente que “conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é verdadeiro poder.”

É isso mesmo! É bem verdade! Quantas vezes temos a coragem de parar por instantes e lermos o nosso interior? É bastante salutar a busca real de conhecer a si mesmo e saber sobre os próprios gostos e o que realmente nos faz sentirmos bem. Por muitas vezes moldados, não raramente somos levados por muitos, por vezes, principalmente por aqueles que amamos ou pelo grupo social do qual fazemos parte. Ou até pelas pessoas que nos brindam com sua presença uma vez na vida. De fato precisamos aprender a olharmos para dentro de nós mesmos. E através desse mergulho interior conhecer nossos limites e nossas reais vontades para podermos então voltarmos para fora com mais força e com mais exatidão em nossas escolhas. Quando somos levados apenas pelos estímulos exteriores, acabamos por ficar esgotados e alienados com todas essas estações do tempo. É desafiador encarar o próprio espelho e se ver, e se entreolhar como alguém que almeja se aceitar, se amar e se postar perante o mundo com todo o seu ser. Ainda assim com todo o seu valor, com todo o coração de alguém seguro de si, que sabe o seu alcance e evidentemente suas potencialidades. É bem provável que quando atingirmos esse nível de crescimento mental e espiritual, poderemos decidir melhor as fases da vida que se avizinham e bem interpretar o que passou como um exercício e um laço associado para se superar cada dia na evolução e melhoramento humano.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 22/10/2018
Código do texto: T6483548
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