A culpa é minha
Cresci no país do jeitinho, da troca de favores, de acreditar em promessas absurdas e de querer me dar bem a qualquer custo.
Porque agora me acho no direito de cobrar de outrem, a minha revolta por não ter alcançado o sucesso que tanto almejava ou por não ter uma segurança de fato, uma saúde sadia e uma educação de primeira classe?
Agora que o desemprego me chicoteia teimo em dizer que estou sendo ludibriado ou que fui iludido. A culpa é minha, somente minha e de mais ninguém.
Quando ainda era tempo não dei ouvidos aos clamores dos poucos lúcidos, que me diziam: cuidado o voto não é objeto de barganha, é um ato cívico seríssimo, portanto, não o dê a quem você não conhece somente por acreditar em sua maneira fácil de convencimento, apenas lhe dizendo que se votar nele serás bem sucedido.
Então, a culpa é minha, somente minha.
As vezes penso em chorar o leite derramado, mas logo algo grita dentro de mim, agora é tarde pra chorar, é a minha consciência me chamado à razão para que eu ao invés de ficar lamentando, pelo menos tentar corrigir meus erros e desta vez escolher o menos ruim de acordo com a minha análise.
E se a culpa é minha, cabe a mim, tão somente a mim, tentar me desculpar e ficar em paz com a minha consciência.
Se errar de novo, aí então...