Juventude rima com felicidade!

O jornal Folha de São Paulo de 03/10/2018 publicou a manchete ‘País é motivo de tristeza para 8 de cada 10 brasileiros’. Incrédulo, corri o olho com mais cuidado e constatei que não estava lendo nada errado. A notícia mostrava que 68% (dos brasileiros) sentem raiva, 78% estão desanimados, 79% tristes e 88% inseguros.

No momento desta notícia estão ocorrendo os debates finais para escolhermos o Presidente da República e os novos membros do Congresso Nacional. Temos a chance de renovarmos os políticos do país, esta é a oportunidade de darmos um basta nas coisas que não concordamos. E este não seria um momento de alegria? Não é esta a hora de darmos um basta na corrupção, de exigirmos educação de qualidade, de combatermos o desmatamento e de proteger nossas mulheres contra o feminicídio?

Infelizmente, a reportagem não discute as causas dessa tristeza nem diz em que contexto social esses jovens estão inseridos.

Mas você e eu podemos conversar sobre isso.

O século XXI permitiu que a tecnologia entrasse em nossas casas e nos aparelhos de televisão; nos automóveis e nos aviões; nos telefones celulares e nos computadores; nas salas de aula e nos hospitais. Por que a felicidade e alegria não entraram na vida desses jovens?

Como explicar essa tristeza se temos as mulheres mais bonitas do mundo e sol o ano todo? Boniteza e luz significam vida, vigor, energia. Ainda assim esses jovens estão infelizes.

Somos um país continental que possibilita atuação profissional em quaisquer áreas que imaginarmos, apesar da precariedade da educação e da economia em frangalhos. Ainda assim temos boas escolas tanto da rede pública como da privada que oferecem a chance de entrarmos numa boa universidade. Ainda assim os jovens estão tristes e raivosos.

Precisamos achar a saída para criação de empregos, combatermos a corrupção, a desigualdade social e defendermos os direitos humanos...

Se existem tantos problemas esperando solução por que nossos jovens estão desanimados? Afinal, são eles o futuro do país. São eles quem irão combater todas as mazelas. Dá para imaginarmos um soldado desanimado indo para o combate? Qual a chance de o desanimado vencer a luta?

E se eles estivessem em outro momento político ou noutro sistema financeiro? Estariam mais felizes se vivessem numa ditadura militar ou em um sistema socialista? Quaisquer as escolhas têm suas peculiaridades, vantagens e desvantagens. A dualidade existe em qualquer país, cidade ou rua.

Por que nossos jovens estão vendo apenas o lado sombrio do país? Já que estamos em campanha eleitoral por que os candidatos não despertam esperança, felicidade e ânimo em nossos jovens?

Cabe investigar quem está esmorecendo nossos jovens. Seriam as propagandas publicitárias? Seriam os políticos desonestos e suas propostas vazias? O que estão fazendo as ONGs e outras organizações para levantar o ânimo da juventude? Qual a injeção de ânimo que esperamos dos poderes executivo, legislativo e judiciário? O que a escola, a família as igrejas estão fazendo, ou deixando de fazer, para levantar a autoestima da juventude? Por que deixamos a tristeza abater nossos jovens?

Como ter esperanças no futuro se os construtores do amanhã estão abatidos? Como é o fruto que o desanimado colhe? Não seria um produto seco, sem vida, oco, murcho? A continuar essa infelicidade e desânimo, não colheremos frutos suculentos no futuro. Como se sentirão os que receberão este produto? Creio que tristes, infelizes e desanimados. Nesse cenário, qual a qualidade dos produtos que eles produzirão? Com ou sem vida?

O triste não produz alegria; o infeliz não produz felicidade; não produzimos vida se estamos mortos.

Juventude não rima com tristeza. Rima com alegria, euforia, desafios e vida... muita vida! Juventude rima com felicidade!

Colaboração Thaís Oliveira