HOMO SAPIENS

Não há coisa mais popular e menos estranha do que a filosofia. Basta prestar atenção às rodas de conversas em que se reúne as pessoas. Em qualquer reunião, nas famílias, nas escolas, nas igrejas, nas repartições públicas, nos bares, nos hospitais, nos asilos, nos bancos das praças, nos salões de beleza, nos táxis, nos ônibus, enfim, em todos os lugares, se conversa, se dá opiniões e se defendem ou contradizem pensamentos.

Todos sabem alguma coisa, todos conhecem alguma coisa. Aquele que nunca frequentou os bancos das escolas também sabe das coisas. Às vezes, até mais do que os que frequentaram. Saber conhecer já é filosofia. O ser humano já nasce com a filosofia, com o desejo de saber.

Um dos maiores filósofos antigos, Aristóteles, iniciou uma de suas obras com a seguinte frase: “Todos já nascemos com o desejo de saber.” Assim, vemos que os seres humanos fazem a diferença do restante dos animais, esses realmente tem uso de razão.

Há muitos desejos, desejo de prosperidade, de verdade, de sexo, de comida, de bebida, de viver, de crescer, etc. Mas o desejo de saber é o maior de todos. Isso porque esse desejo não diminui de intensidade, enquanto os outros sim. Aliás, temos dois desejos que nunca se acabam: Primeiro, o desejo de amar e ser amado (a). Segundo, o desejo de saber. E quando os desejos que passam são prioridade na pessoa, vida dela vira uma desgraça.

Quando se consegue adquirir os desejos que não passam, a pessoa fica saciada, feliz e realizada. E os desejos que passam, tornam-se para pessoa coisas de segundo plano, isso não e significa que sejam coisas ruins ou dispensáveis.

O caminho da felicidade está naqueles que buscam em Deus, em si mesmos, nos outros e na natureza, a Verdade. A busca de autoconhecimento manifesta-se pelas perguntas que se faz a sim próprio. Os seres humanos são os únicos que se perguntam, que questionam, que criticam... Perguntam-se por que desejam saber sempre mais.

A criança perguntando, indica o começo da filosofia em sua vida. Mais tarde, basta aprofundar, desenvolver, fazer germinar essa semente que está plantada na natureza dela. Ela poderá desenvolver-se numa grande e frondosa árvore, ou num pequeno arbusto. Depende daqueles que a educarão. Se forem bons filósofos, ela será excelente filósofa. Aqui entra o grande papel do ninho da filosofia, a escola. Como é importante encontrar um bom mestre, uma boa escola. Uma escola que provoca o senso crítico, a capacidade de pensamento correto aos seus formandos. Uma escola que a cada dia vai-se inovando, isso também é filosofia, pois ela está pensando. Uma escola que não fica presa aos antigos métodos acadêmicos, mas que vai ao encontro da realidade daqueles que com ela fazem filosofia. E com certeza absoluta, todos os que buscam a Verdade, fazem filosofia, e todos que fazem filosofia, constroem história de verdade. O conhecimento, o pensamento, a crítica e autocrítica, são pesos pesados na construção da história. Uma escola que não leva os seus formandos a serem conhecedores e agentes da historia, não aprendeu fazer filosofia. Ela não é educadora, mas apenas uma instituição informativa.

Se há uma arma forte, capaz de mudar o mundo, é o pensamento humano. A filosofia é de fato a arte de saber conhecer e viver o que se conhece.. Não ter medo de conhecer e tornar-se agente do conhecimento. Filosofia, por que será que falamos tão pouco dela?

É isso aí.

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 26/09/2018
Código do texto: T6460032
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