O PÔR DO SOL ( crônica)

O PÔR DO SOL ( crônica)

Há trinta anos, nas tardes de verão, eu sentava em minha cadeira na frente de casa, quando o Sol estava esmaecendo, e eu podia contemplar serenamente o Sol se por. Para mim, é um espetáculo magnânimo que a natureza nos oferece gratuitamente todos os dias, dependendo da região em que se esteja. Embora nem todas as pessoas, por razões diversas, tem a sensibilidade de apreciar o pôr do Sol; mas isso eu faço há muito tempo, com muita frequência, quando me é oportuno, tem dias que não dá mesmo, seja porque está chovendo, ou por outros motivos.

Hoje na qualidade de aposentado, volto ao mesmo lugar, sento na porta de casa, que fica de frente para o Oeste, e não consigo mais ver o fenômeno da natureza que sempre me cativou. Subi para o terraço superior, e mesmo do alto não consegui observar o Sol fazer sua despedida, as construções em alvenaria e concreto vizinhas a minha residência, não deixam mais eu me deliciar com o pôr do Sol. E eu que usufruía daquele infalível espetáculo, como muita atenção e dedicação, isso eu fiz inúmeras vezes, e também em vários locais, mormente nas minhas viagens pelas estradas da vida, do meu cotidiano; certas vezes eu ficava em estado de êxtase, vendo Deus brincando de artista plástico, pintando quadros magníficos em aquarela, que desafiavam em estética, beleza e originalidade, qualquer pintor afamado de qualquer escola.

Em outras ocasiões eu ficava apenas observando como o cenário mudava tão rapidamente, os painéis se modificavam e de repente o astro rei se deitava na rede sob o horizonte, sem se despedir de mim e nem mostrava a legenda THE END, só me resta agora a resignação.

Belém, Sacramenta, 04 de agosto de 2018. SALENCAR

salencar
Enviado por salencar em 07/08/2018
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