COMO IMPLODIR A URNA ELETRÔNICA

Em eleições se aproximando ouço que ainda tem gente que não sabe em quem votar. Não faço campanha para ninguém mas a mim não interessa se o cheque mate será dado por um peão, cavalo ou bispo. Apesar de vários candidatos, independente de suas plataformas, vejo que a escolha deva recair sobre duas realidades. Uma a de quem quer submeter o Brasil a uma ditadura de esquerda e cujos defensores dizem ser uma democracia, mas ostentam o símbolo da foice e do martelo; a outra, a da democracia claudicante do lado que pressente não ter nascido para a escravidão, mas que já sente o jugo do socialismo disfarçado de democracia, quer de maneira consciente ou não. Comumente estes lados são chamados de esquerda e direita.

A esquerda tem candidatos que declaradamente são comunistas, mas se perguntados de concordam com os assassinatos em massa dos regimes assim implantados, respondem que isso se deu em outro contexto e que aqui será um comunismo à brasileira. Querem implantar a prática para fazer a teoria, contrariando qualquer procedimento científico.

A direita tem como bandeira a família, a tradição e a propriedade, talvez careta, sem dizer mas lembrando a sigla TFP. E mais careta ou ingênua por misturar religião e sugerir aceitar coligação com a bancada evangélica.

Os extremos geram os chamados extremistas, de onde saem os fanáticos que enxergam só o lado que lhes interessa e, via de regra, não admitem o diálogo. A razão está com eles, e, no caso de confronto, podem chegar às vias de fato.

Um meio não existe entre estes extremos, tanto que falam em centro direita e centro esquerda e qualquer de outra posição não se sustenta em equilíbrio nem por um átimo.

Não é uma escolha pelo lado menos pior, a foice degola e o martelo massacra. Para mim, isto é claro.

Mas será uma foice e martelo à brasileira, ao estilo Robin Hood, tirando dos ricos e dando para os pobres, como se praticassem um ato de bondade. Aumentarão os impostos, serão vorazes na arrecadação, estatizarão empresas, tomarão propriedades, o Estado será pai, mãe, carrasco e religião. Covas serão abertas e a continuação do poder pelo poder será a meta... Não? Perseguirão os contrários com "uma boa espingarda, uma boa bala... uma boa cova"... O único foro privilegiado será o de São Paulo, cujos únicos protegidos serão os do partido desde que venerem as fotos de Fidel, Lula e Guevara. É uma porta fechada.

O outro lado, o da direita, não é mil maravilhas, mas é um escape. Nele não temos a obrigação de venerar ninguém e o estado laico estará garantido. Teremos oportunidade de reinventar a democracia, lapidá-la, propor novas teorias e decantar odes à Liberdade em que o Estado nos garanta esse direito, o direito de progredir e reconhecer nossas obrigações. Em que pese ser essa alternativa a pálida possibilidade de uma nova e incipiente democracia. É uma porta aberta.

A escolha não é entre candidatos, é entre a porta aberta e a fechada.

A questão das urnas, comprovadamente fraudáveis, só pode ser defendida ou por desconhecimento ou por má fé. Acredito que é delimitada dentro de um percentual que torna imperceptível a manipulação; tipo desvio padrão, percentual de erro, tolerância admitida, como tão bem utilizados nas estatísticas pelos matemáticos. Não estou afirmando este procedimento, mas é uma hipótese bastante razoável e razoável também tomá-la como utilizada e ainda utilizável.

Cotejamento, argumentos, questões e premissas na mesa, então arrisco o cheque mate.

Pegue-se o candidato da "porta aberta" que seja o líder das pesquisas e entulhe-se as urnas de votos para ele, de maneira acachapante, que transborde a evidência de sua vitória. A urna fraudável não está programada para essa equação fora da curva.

Se for no primeiro turno a "porta" será escancarada de vez e quem irá para a "cova" será a viciada "urna bolivariana" e todos os malefícios que ela representa.

E que os outros candidatos e seus eleitores sejam magnânimos nessa virada e esperem a sua hora chegar. Na Democracia o espaço é para todos, na Ditadura só para os do partido.

Armand de Saint Igarapery - Textos no Face e no Recanto das Letras