JUVENTUDE TRANSVIADA
 
     Sofrer como quem sofre obrigada não resta vestígio minha amada, de um amor que em ti foi semeado e que ainda não brotou.
     É, portanto que sangra como corte profundo, abrindo caminho para novo mundo, que não se esqueceu de colher as saudades, manifestando a proeza da verdade escondendo com todo recurso o amor.
     É fácil sorrir para quem ama que o amor também é chama o coração enganador.
     Embranquecida está o desejado, mas o querer do não obrigado sempre te acompanhou.
     É triste ver o coração maltratado, o hino de guerra ser cantado e não participar da vitória.
     É triste caminhar em teus caminhos ferindo os pés com espinhos, andando chorando sozinho deixando marca de dor.
Teus olhos percorrem a imensidão do infinito, o próprio “eu” é vencido e você na negridão da noite solta um grito para ninguém ouvir.
     O mundo parece parado, o ar um pouco pesado e o pensamento volta-se ao passado, até lembrar-se das alegrias que anos foram esquecidas: do poeta amado, dos corpos juntinhos abraçados, dos lábios doces beijados as juras eternas de amor.
     A falta de um complemento é ambiciosa; as areias das praias ensolaradas precisam de um corpo cheiroso, mas a noite é escura e o mar tenebroso que o poeta envelheceu mais moço, que a juventude passou sem desgosto até que o mar vomitou seu corpo.
Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 27/06/2018
Reeditado em 19/08/2019
Código do texto: T6375315
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