EST@MOS CONECT@DOS?

Conectar é um dos verbos mais utilizados no momento. Ao utilizarmos tal verbo passamos a ideia de estarmos inseridos no mundo globalizado e tecnológico, mostramos que dominamos as ferramentas da internet e que temos algo para dizer ou compartilhar com o mundo.

Conectar, quase sempre, é usado no sentido de ligar, unir, juntar, seja pessoas ou ideais. Mas será que est@mos conect@dos? Estamos realmente unidos às pessoas? Compartilhamos vídeos, fotos e textos nos meios de comunicação, mas será que estamos compartilhando sentimentos verdadeiros? Parece que não.

Conectar a si mesmo, nesse mundo iluminado e barulhento, não é tarefa fácil. E quando não visitamos a nossa morada interior nos tornamos vazios e passamos a viver de aparências. Prova disso é que a depressão, mal desse século, tem arrasado a vida de muita gente. Pessoas que nas redes sociais parecem viver uma vida de alegria e glamour, mas em casa choram suas dores e borram a mesma maquiagem que usaram para postar mais um vídeo nas redes sociais fazendo caras e bocas.

Conectar-se as pessoas que moram ou convivem diariamente conosco também é tarefa difícil. Estamos cada vez mais juntos e ao menos tempo separados. Parece contraditório, mas não é. Pais reclamam do isolamento dos filhos, casais pouco dialogam, pois têm a atenção voltada para as mídias sociais. Recentemente uma pesquisa revelou algo assustador sobre a relação entre os celulares e os jovens. A pesquisa apontou que mais de 50% dos jovens consideram o celular o seu melhor amigo.

As relações humanas têm esfriado. O abraço está menos demorado, o olho no olho transformou-se num emoticon, o diálogo está minguando e a vida dura e real está sendo substituída por anestésicos produzidos pela vida virtual. A alegria é postada nas redes sociais, mesmo que a tristeza seja uma companheira inseparável. Enquanto isso, na frente do computador um ser sem coração e alienado tecla mais uma mensagem.

Anizeuton Leite
Enviado por Anizeuton Leite em 27/05/2018
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