ESTÁ PROIBIDO!

O meu corpo está, mais uma vez, confinado.

Confinado sobre um cama, rodeado de livros que não tenho concentração pra ler

Rodeado por aparelhos eletrônicos que me irritam e me fazem querer quebrar, morder, esmurrar, atirar pela janela e ... foda-se!

Eu não consigo fazer isso.

Está suspenso!

O acesso à Internet e à liberdade de ir e vir.

A vida é uma desgraça, uma verdadeira palhaçada...

A mãe te pare, te amamenta por três dias (enquanto está na maternidade), depois te empurra uma mamadeira com leite frio na goela...

Pra suprir a necessidade da presença, te empurra uma chupeta... e que dane-se as consequências do palato, da língua e da configuração dos dentes!

"Eu é que não vou pagar aparelho pra ninguém!"

Quem se importa?

Um filho não planejado, que veio para romper com a opinião de que ser mãe depois dos 30 é feio. Pra quebrar a harmonia do casal de filhos mais que perfeitos, mas igualmente abandonados por causa do orgulho e da soberba.

Terceiro filho não planejado é suportável...

Agora... GAY?

"Eu não posso suportar! Ou eu mato ou eu morro! E ninguém vai me julgar porque limparei a honra da vergonha que o mais novo trouxe".

E eu me importo?

Comigo, com meus sentimentos, com meu comportamento, não.

Mas me importo com os que me batem no rosto

Me surraram as costas com mangueira de jardim, fivela de cinto, me trancaram um dia inteiro num quarto escuro.

Me importo com os que não tem confiança de deixar a criança comigo, com os que sequer sabem meu nome direito, com os que precisam e mesmo que eu não possa ajudar, movo céus, terra, mar, chuva, sol, viro Deus de cabeça pra baixo e faço acontecer...

Por quê?

É difícil conviver com uma dívida que você sabe que não tem, mas que diariamente é cobrado - e à juros altos, com gritos de "cachorra", "vagabunda de esquina" e "viadinho morde fronha" (dos piores, os melhores)

E daí?

Quem sou eu se não eu mesmo?

Uma mistura de ninguém, com rejeito, com motivo de nojo e vergonha, de sabor doce, coração ferido forte, cabeça pesada, mente avoada... peito rasgado, mas ainda assim... prostrado

Prostrados?

Eu estou.

Eles, ao dinheiro, aos benefícios e presentes.

E que se pague oa favores com falatórios (deles)

E que se proíba a minha saída para não dar ao que falar aos da família e aos da rua que...

O "viado que eu tenho em casa, é uma puta vagabunda que dá o ** nas muretas de Ponta Negra".