FOI POR POUCO

Sabe aquele dia que parece começar errado mas com a ajuda de Deus e um pouco de esperteza, termina bem?

Pois bem, todos os dias tenho que acordar às 5h10min para dar tempo de aprontar-me para ir trabalhar. E que para isso o despertador precisa estar programado para despertar duas vezes, num intervalo de cinco minutos. Então, deu o primeiro toque, fiquei aguardando o segundo. E nesse meio tempo, cochilei, quando dei por mim, havia se passado meia hora do tempo previsto. Teria que está no ponto de ônibus as seis. Levantei feito uma desembestada. Corri para o banheiro e teria apenas seis minutos para tomar banho, escovar os dentes e vestir-me. Aff! Pense numa correria! Bati o meu próprio recorde.

Agora vinha a próxima etapa. Conseguir pegar o ônibus, o que geralmente faço em 15 minutos, teria que fazê-lo em 10. Desci as escadas do prédio correndo, pois moro no andar de cima. Ainda bem! Imagina se fosse no décimo andar? Bem, continuei meu percurso apressadamente. Já do lado de fora, olhei ao redor para certificar-me de que estaria tudo normal.

Fechei o portão, prossegui tentando ser rápida, até que desacelerei após perceber um ser muito esquisito, acerca de 100 metros, com uma mochila nas costas num orelhão, como se estivesse fazendo uma ligação. Só que hoje em dia com tanta tecnologia, ver alguém em um orelhão.... Parei e por alguns segundos analisei a situação. Primeiro, nunca vi aquele cara por ali; segundo, ele estava sujo e olhava para os lados meio que desconfiado. Com base em minha análise esse homem não estaria com boas intenções. Mas apesar das minhas suspeitas, teria que seguir meu caminho.

Respirei fundo e fui. Geralmente, dobraria na primeira rua a esquerda. E justamente ali estava o dito cujo. Resolvi seguir em frente do outro lado da rua na esperança que ele não me visse ou que minhas suspeitas estivessem erradas. Andei o mais rápido que pude. Mais adiante, olhei para trás e lá vinha ele também. E pensei: Maria (amiga) mora bem no fim da avenida, se estiver acorda entrarei lá e deixarei o infeliz passar. Mas, para meu azar, estava tudo fechado. Dobrei a esquerda e corri feito uma louca até conseguir uma distância considerável. E ao fim da rua, dobrei a direita e dei uma nova olhadinha e o camarada ainda atrás de mim, a uma certa distância. Dobrei novamente a esquerda e por fim, cheguei ao ponto de ônibus. Percebi que estava sozinha. Apesar de que do outro da rua havia algumas pessoas numa funerária que tem ali, velando um corpo. O meu ônibus ainda não tinha passado, mas eu não poderia esperá-lo, pois daria tempo para o mal-intencionado alcançar-me.

Meu coração acelera. Pedi a Deus misericórdia e orei para que aparecesse logo ônibus. Ai, ai, ai!!! Como eu estava aflita, a qualquer momento o perseguidor riscaria na esquina. Passados alguns minutos, lá vinha o que me levaria a vitória, o ÔNIBUS. Nunca fiquei tão feliz em ver um. Subi e imediatamente olhei para a esquina e vejo-o a olhar-me decepcionado e irado porque por instinto resolvi dar aquele chauzinho de miss com um riso irônico nos lábios. E ao piscar para ele quis dizer “Não foi dessa vez baby”.

Debora Oriente
Enviado por Debora Oriente em 28/03/2018
Reeditado em 16/09/2018
Código do texto: T6293268
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