Ida ao Médico

"Nossa ter que ir para Presidente Prudente nesse calor é complicado”, passei a manhã toda pensando nisso, enquanto trabalhava no sítio, mas é a saúde da minha mãe.

Fui no posto coloquei gasolina no fusca velho que tinha na época, dei uma rápida olhada no motor, não entendo muito de mecânica aparentemente estava tudo bem.

Peguei meus pais e minha sobrinha e fomos para o médico, estávamos todos apreensivos com os exames que minha mãe dona Júlia tinha feito.

Chegando ao médico ficamos esperando um pouco na sala de espera, meu pai seu Olavo estáva com o semblante preocupado, tentei acalmá-lo por algumas vezes, até que o médico nos chamou.

O médico olhou os exames, fez as perguntas de rotina verificou a pressão, e foi conclusivo em sua fala:

- A dona Júlia está fraca, com alguns problemas cardíacos e não pode passar por grandes emoções.

Eu e minha sobrinha Marisa escutamos com clareza e prometemos ao médico que íamos seguir todas as recomendações, desta forma o médico nos dispensou e pediu para que a gente retornasse dentro de um mês.

Saímos do consultório com o nosso fusca 1972, e voltamos para a estrada rumo a Presidente Venceslau.

Quando pegamos a pista comecei a escutar um barulho estranho no motor, mais não dei grande importância, na primeira subida próximo a Álvares Machado o carro começou a falhar e afogou, só deu tempo de jogar para o mato fora da estrada, não tinha acostamento ainda naquela época era ano de 1987.

Quando olhei pelo retrovisor vi que o motor estava pegando fogo, rapidamente tirei todos do carro, coloquei minha mãe embaixo de uma sombra sempre dizendo que estava tudo bem. “ Meus Deus o médico pediu para ela não ter fortes emoções” só pensava nisso vou matar a velha não é possível.

Tirei minhas tralhas do porta malas e peguei o extintor e comecei a apagar o fogo, para minha sorte parou um caminhoneiro para ajudar com um extintor grande, conseguimos controlar o fogo do motor, mas ele se alastrou para o teto do carro, foi quando surgiu um pessoal de um sítio próximo com uma mangueira e apagou o fogo.

Me voltei para minha mãe mais uma vez na tentativa de mantê-la calma, ela falou:

- Cuidado Laércio, fogo é perigoso!

Naquela altura eu só pensava como eu iria levá-los para casa, e Deus me mandou mais um anjo, um rapaz parou o carro para me ajudar e levou meus pais para casa.

Falei para meus pais:

- Vou ficar aqui e resolver isso, vocês vão para casa eu estou bem e vai dar tudo certo.

Eles foram embora, o pessoal do sítio tinha uma oficina e propuseram de me ajudar a arrumar o carro.

Já se passava das seis horas da tarde e todo o esforço feito por eles não dava resultado.

Foi quando eu avistei na garagem do homem um fiat 147 velho de duas cor e perguntei se ele funcionava o cara disse que sim, dei uma volta com o carro, que a 40 por hora parecia que ia desmontar.

Eis que surgiu a grande ideia, trocar meu Fusca pelo fiat 147, o cara topou na mesma hora para minha alegria.

Voltei para a estrada demorei cerca de duas horas para chegar em Venceslau.

Passei nos meus pais para os tranquilizar.

No outro dia quando amanheceu pude ver o carro com mais clareza, meu Deus os pneus estavam horríveis.

Troquei os 4 e fui para o sítio, na metade do caminho o carro morreu.

Para encurtar a história eu perdi, um Fusca, um fiat 147, e 17 garrote para comprar um carro novo.

Mais o que importava era que minha mãe estava bem!