Publicidade Enganosa

A operação "Lava a Jato" expôs ao povo brasileiro as engrenagens da máquina pública e revelou sua total deterioração. Nossos gestores públicos e representantes estão totalmente comprometidos com os interesses de grandes grupos econômicos e empresas privadas em detrimento dos serviços e políticas públicas destinados a toda população brasileira. Dentre as empresas beneficiadas pelos esquemas de corrupção estão as agências publicitárias a serviço das administrações públicas nas três esferas, municipal, estadual e federal, e de outras instituições dos três poderes. Tais agências se tornaram grandes lavanderias de dinheiro ilícito e amealharam polpudos lucros, deixando bilionários seus proprietários e agentes públicos envolvidos.

O poder público não tem que fazer propaganda, ainda por cima enganosa, de seus serviços e das estruturas físicas, como hospitais, escolas, rodovias e outros. Os veículos de comunicação da grande mídia, como concessões do governo, deveriam por lei garantir gratuitamente espaço publicitário para campanhas educativas e preventivas de massa, informações e orientações pertinentes aos serviços públicos. Porque estas campanhas publicitárias até então veiculadas atendem tão somente a interesses privados e visam a promoção pessoal dos gestores e outros agentes políticos e não retratam fielmente a realidade das estruturas e serviços públicos, que são muito precários, como é do conhecimento de todos.

Apesar da operação citada acima e das denúncias em profusão nas redes sociais, tal prática permanece e recrudesce sem que ninguém faça nada efetivamente para coibí-la e até erradicá-la. Precisamos exigir que os poderes públicos, legislativo, judiciário e executivo, tenham garantido por lei espaço gratuito na grande mídia para prestação de serviços de interesse da população, garantindo a ela justiça e bem-estar social.