Viagem
O vento teimando em espalhar meu cabelo
O sol acariciando minha pele, tocando-a de leve, suavemente
O céu aberto à minha frente convidando a encontrá-lo
A natureza ao alcance da mão, como se fosse um prolongamento de meus braços.
Tudo é perfeito. A liberdade é uma constante. Mas sinto-me livre e presa ao mesmo tempo. Livre pela velocidade, pela emoção, pela imaginação e presa pelo cheiro do campo, das flores, pelos animais e pássaros. Tudo isso pertence a mim, à minh’alma e sinto-me fazendo parte dessa maravilha.
Nesses momentos não há como identificar quem sou eu e quem é a natureza. Ambos compomos uma energia transcendente que ultrapassa os limites da racionalidade atingindo o plano da sensibilidade, da harmonia, da paz, da plenitude.
Sou capaz de sonhar, de ter esperança, de acreditar. Consigo esquecer por segundos mágicos, que existe fome, egoísmo, preconceitos, guerras, ganância, desamor.
Sou capaz de crer que todas as pessoas pudessem sentir a natureza assim de perto, sentir o pulsar da Terra viva, que poderiam esquecer um pouco a prepotência, a arrogância e a futilidade de suas vidas e se preocupar mais em semear o amor, o respeito, a paz.
Mas, de repente, chego em casa. Desligo a moto e vejo que o sonho continua no próximo passeio.