Lições de um Acidente

Inacreditável constatar o quanto alguns indivíduos são capazes de agir negativamente nas situações primordiais apenas no objetivo de conquistar elementos diversos, o resultado desta procura insana acomete dividendos terríveis para si e aos demais, em muitos casos inocentes pagam o preço. Em virtude de um ataque epilético, um motorista ocasionou um lamentável atropelamento coletivo no qual um bebê foi a vítima fatal.

Porém, o que devemos verificar nesta somatória de erros evidencia o mais vil comportamento do ser humano que é a omissão. Escamotear fatos e acontecimentos relevantes para ser agraciado constrange o cidadão honrado e demonstra a falta de caráter a luz da verdade, mesmo que sejamos desfavorecidos com tais argumentos.

É imperativo lembrar-nos o valor da honestidade nos dias atuais onde a transgressão contribui severamente na cabeça dos jovens, a rebeldia misturada com a imaturidade formará adultos omissos, mentirosos, avessos ao bem da coletividade e prováveis infratores da Lei. A omissão refere-se ao ato de desprezar, não mencionar, preterição ou esquecimento de algo e até falta de cuidado, descuido ou negligência, exatamente ao caso do atropelamento ocorrido em Copacabana, um fio condutor de omissão de detalhes que vão desde as falhas no preenchimento do questionário de renovação da CNH até o fatídico atropelamento.

Evidentemente somos criaturas imperfeitas e sempre vamos cometer equívocos, no entanto, nosso dever é utilizar o senso crítico para avaliar a intensidade dos erros cometidos, desde que outras pessoas não sejam atingidas gravemente por falhas associadas a nós. Insistir no erro é um atestado de burrice, mas reconhecer as falhas e corrigi-las é um gesto de grandeza, o maior prejudicado por ações imaturas, tresloucadas e inconsequentes somos todos que assumimos a decisão de realizar.

Especificamente neste acidente conseguimos identificar alguns apontamentos nefastos impulsionadores para o desfecho macabro deste infortúnio. A omissão do motorista no questionário de renovação da CNH em afirmar que sofria os distúrbios de tontura, desmaios, além da doença neurológica. No momento que rasurou esta possibilidade no questionário foi responsável pelas ações que culminaram com a lúgubre fatalidade.

De acordo com a Lei n° 8989 de 24 de fevereiro de 1995, 52 patologias estão incluídas na CNH especial. Para renovação da carteira especial, basta preencher um formulário, pagar o documento de arrecadação estadual (DAE) e passar pelos exames médicos. As pessoas com epilepsia podem ser condutoras de veículos, desde que submetidas por avaliações criteriosas antes da obtenção do documento e o exame médico tem a validade menor para que haja o monitoramento médico, assim diminuindo as incidências de prováveis desastres. A habilitação é na categoria B para dirigir veículos e a restrição nas ocorrências de pacientes que não conseguem conter a doença.

A carteira de habilitação do condutor estava suspensa desde de 2014, no entanto não foi cumprida a devolução do documento aos órgãos competentes e realizar o curso de reciclagem, de modo que outras infrações de trânsito surgiram e o processo de cassação foi instaurado, mas não deu tempo para evitar o pior. Uma vida foi lamentavelmente perdida, o que aumenta significativamente a responsabilidade de outras pessoas em situações que são acometidas por distúrbios limitadores do controle de direção sejam sensibilizadas a não omitirem os dados médicos para a aquisição da CNH e os órgãos competentes devem criar mecanismos de fiscalização eficientes barrando indivíduos que não possuírem condições básicas para a condução dos veículos. Qual será o próximo acidente se nada for feito daqui por diante?

Luis Profeta
Enviado por Luis Profeta em 01/02/2018
Reeditado em 29/05/2023
Código do texto: T6242533
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