As belezas do nosso jardim

É muito pertinente, muito válido, compararmos a nossa vida a um jardim.

Vida, aqui representada pelo processo constante de mudanças; o que tem energia. Jardim, é o que remete ao sagrado, algo belo que nos traz paz interior.

Acho que o amor nasceu num jardim. Talvez por isso presenteamos nossas amadas com rosas vermelhas... A cada sorriso delas experimentamos a paz celestial.

No dia em que nascemos começamos a fazer nosso jardim. Preparamos e adubamos a terra, jogamos as primeiras sementes. Ao longo da vida vamos desfrutando da beleza desse jardim. Jardim que se preza não tem só um tipo de flor, só uma cor, só um tipo de planta. Deve ter muitas e coloridas. Uma floresta em miniatura. Variedade de plantas, flores e frutos atrai lindas borboletas e beija-flores.

O início é um dia para ser lembrado. Tanto é que festejamos nossos aniversários a cada ano e o dia que a pessoa amada disse sim. Gastamos um dinheirão e tempo preparando comidas e bebidas para família e amigos festejarem esses dias. Quando chegam é uma festa. É de dia fartura... fartura de alegria!

E quem são esses amigos? São as borboletas e os beija-flores que visitam nosso jardim. São os pássaros que entoam seus cantos à sombra; é o barulhinho da fonte d’água; é o surgir d’uma minhoca curiosa – eca, que bicho nojento, minha mãe morre de medo.

Ao longo da nossa vida, passamos por momentos. O nascimento de uma filha, começar em novo emprego, viagem de férias. Os momentos felizes são aqueles quando nosso jardim está em plena florescência, está viçoso, vigoroso.

Os momentos de tristeza também batem a nossa porta. É quando nosso jardim está murcho. A terra não bem adubo, as sementes não germinaram, as borboletas, beija-flores e abelhinhas não vieram. Morreram as minhocas que arejam o solo.

Vamos conseguir manter nosso jardim florido todos os dias do ano? Claro que não. Num dia a saúde estará debilitada. Noutro dia nos aborreceremos no trabalho. Noutro, choraremos o amor que se foi.

Cabe a nós cuidarmos da nossa vida, mantê-la o máximo possível florida. Haverá tempestades. Dias de muita chuva, água em demasia. Dias nublados com sol escondido. Nascerão os fungos e os pulgões. Toparemos algumas pessoas indesejadas que não nos querem bem, querem acabar com o nosso jardim. E quem são elas? É aquele sujeito no trânsito que queria a pista só para ele. É também o vizinho chato que liga o som alto, que buzina, que implica com o latido do cachorro. É a flor vermelha que murchou porque nosso amor foi embora.

Não vamos acabar com o nosso jardim toda vez que acontecer uma atribulação na nossa vida. Resta-nos sabedoria para limparmos, deixa-lo livre das pragas e continuarmos apreciando a beleza das flores até nosso próximo aniversário. Sabedoria para tirarmos essas pragas sem nos machucar nos espinhos, sem derrubar as pétalas das flores.

Somos os únicos responsáveis pelo que nos acontece entre um aniversário e outro. Nesse ínterim, vamos adubar nosso jardim, trocar as plantas que morreram, matar as pragas. A beleza do nosso jardim depende das nossas escolhas. A planta, será ornamental ou frutífera? Quais as cores das rosas, amarelas, brancas ou vermelhas?

O que queremos para nossa vida? Saúde? Todos nós queremos! Um grande amor? Todos nós queremos! Dia de sol? Todos nós queremos! Com esse tripé conseguimos eliminar quase todas as pragas da nossa vida.

Vários jardins têm nos trazido serenidade e harmonia: Jardim do Éden, Jardim Oriental, Jardins Suspensos da Babilônia...

Agora é a vez de contemplarmos as belezas do nosso jardim.