O encontro marcado com a "BALA PERDIDA"

Entre as centenas de disparos de armas na guerra civil "polícia X traficantes", uma bala aparentemente, despretensiosa, tem um endereço certo: um pessoa inocente - vítima fatal -, por capricho do destino.Em incidentes como esses o senso comum diz " estava no lugar errado, a hora errada", mas o cidadão de bem tem uma rotina a seguir, deveres para si a cumprir e sua família conta com seu auxílio , sem poder abdicar do convívio e atuação e papel em sociedade; ainda que tenha que trafegar por localidades classificadas como de alta periculosidade.O ser humano a cada dia percebe que sua vida vale tanto quanto uma coisa qualquer.Sim, eu sei , é um clichê,uma redundância! Contudo é um verdade tão cristalina que se torna inevitável não mencioná-la. Repeti-la seguidas vezes, faz-se necessário para se situarmos ,refletir ,entender um bocado, o que não temos condições ,justamente por estar aquém do entendimento humano.

Lá vem ela a desvia-se da trajetória para a qual a mira do policial apontou.Talvez com a pretensão de desmoralizá-lo ? Mas fato é que essa viaja pelo espaço urbano como se quisesse desfrutar de um momento para si_ o protagonismo -, fazendo um repentino tour, em busca de uma paisagem a contemplar.A bala perdida tem dessas estripulias.Parece repleta de vontades: apenas sossega quando feri alguém desprotegido que não esperava ser"atacado"por tal projétil.

Todos consagraram o tal projétil de "BALA PERDIDA", ora ,se assim fosse não atravessaria e se alojaria ao corpo de alguém, alvejando seus órgãos e causando enorme desgraça.Simplesmente, teria como destino final uma área isolada , intransponível de pouca circulação de populares.As estatísticas e as manchetes de jornais e grande mídia reforçam a idéia de que, infelizmente, a bala não é perdida.Sempre há uma que, em vez de acertar em cheio um meliante no qual a policia a tempos tenta capturar, por uma casualidade já decantada tem seu alvo pessoas repletas de planos traçados, a principio, esperavam concretizá-los. E muitas das vezes nem é preciso sair de casa a fim de que o pior aconteça, basta, por exemplo, uma incursão (missão) da polícia nas favelas para que dentre as intermináveis troca de tiros com os bandidos da comunidade, um mísero projétil recheado de pólvora, do mais imponente calibre, em alta velocidade, avassalador poder de precisão procure o alvo contrário. A bala que ,perfura o reboco da parede ou vidro da janela alheia ,sem pedir licença e escolhe uma vida. Sim, uma vida de alguém jovem com muita saúde a ostentar,em muitos casos.

Mais um ano começa e um sem-número de cidadãos já por obra maquiavélica do destino estão prometidos aos malfazejos de uma"bala perdida", como se houvesse um flerte ,uma investida amorosa, um espaço cativo na vida alheia.De fato, tem-se um "encontro marcado"que não se tem como pensar em faltar, pois mesmo que relute ir ao encontro dela, ela vai a seu encontro numa pontualidade inglesa sem igual. Diante dessa realidade tão peculiar os centros urbanos, talvez seja melhor não planejar algo em longo prazo, posto que parece cada vez longe de cumpri-lo.Devemos medir nossa racionalidade, sendo menos metódico.O melhor é " deixar a vida nos levar.... vida leva eu" - ,tal como foi dito numa letra de música,mais precisamente cantada imortalizada na voz por ZECA PAGODINHO. Felizardo são aqueles se desvencilham dos acasos e banalidades mais cruéis e alcançam conquistas e feitos pessoais.

Os mais apegados a fé a fim de confortar seu coração e familiares dizem “foi a vontade de DEUS", "Isso aconteceu porque DEUS lhe chamou", enquanto aos incrédulos dizem : - Ah se ele não tivesse passado ali ou acolá, por aquela rua, avenida,praça, esquina... Se tivesse mudado o trajeto... -, E assim, ingressam num estado de revolta e amargura irremediável, pois acreditam que o "SE" poderia salvar um ente querido da morte, a ponto de se fechar-se de modo hermético em seu mundo interior. Independente da percepção e sentimento que reveste o íntimo de cada ser - uma verdade é universal: As PERDAS, sobretudo PERDAS HUMANAS gera um impacto tão transformador de modo que a vida dos que ficam jamais será a mesma. Nós em dados momentos insuflados, arrebatados de grande otimismo cremos, em teoria, viver bastante, embora consciente de que a morte seja uma acontecimento certo.

Mas de uma vez por todas devemos abandonar ao conceito “bala perdida”, pois, sabe-se que a bala é certeira. Ou seja, essa tem um “olho clínico” a encontrar com sagacidade uma vítima que cruze a sua rota. Bala certeira na arte de desfazer a harmonia da famílias ,sobretudo as oriundas das periferias onde casos de óbitos entre a população pobre a incidência atinge números alarmantes.Tomara que este que lhes escreve e você caro leitor não esteja na lista negra dessa tal “bala certeira”.

Alex Melloh
Enviado por Alex Melloh em 26/01/2018
Reeditado em 26/01/2018
Código do texto: T6237268
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