Colcha de Retalhos
Me recordo que, quando criança, a minha cama era coberta por uma colcha de retalhos confeccionada pela minha mãe. Não sei de onde provinham tantos pedaços de fazenda, de formas e cores das mais diversas. Mas lembro que eles estavam sempre metidos em um saco de onde minha mãe os retirava, um de cada vez, olhava com atenção sua forma e cor e, sucessivamente, os ia unindo uns aos outros.
Não sei qual a lógica que ela utilizava, ou mesmo se havia alguma lógica nessa junção de pedaços de pano. Apenas lembro que aos poucos tudo ia ganhando a forma de um grande retângulo, que depois era forrado com fazenda barata (acho) e cujo perímetro era adornado com uma barra, geralmente de crochê, também produzida por ela, resultando em um produto harmonioso.
Até hoje me pergunto como ela conseguia unir tantas formas geométricas e tudo se encaixar perfeitamente. Colocar lado a lado retalhos de cores variadas, fortes, vibrantes, opacas, lisas, em xadrez, com listras ou com estampas e ainda assim obter um conjunto agradável, que chamava a atenção sem ser espalhafatoso.
Hoje minha mãe está com 88 anos e já não produz colchas de retalho. Que pena!