Ela pede Oxigênio....

Ela era a mulher mais linda da noite. Tudo estava conspirando para isso. O lugar que estávamos foi se enchendo aos poucos, pessoas de diversos tipos, jeitos e gostos. Dentre elas algumas mulheres me chamaram a atenção, confesso, mas era ela que me magnetizava já tinha um bom tempo. Muitas vezes eu tentava esquecer sua presença nos locais, para que não perdesse a cabeça, em outras eu a desejava feito um louco, rezando para que me aproveitasse da sua carência.

Observando, não parecia lá muito inteligente. Como queimei a língua quando conversamos sério pela primeira vez. Foi pouca coisa, claro, estávamos ambos tímidos, sufocados pela pressão dos amigos – acabaríamos ficando nessa noite por causa deles também, rs – sobre esse mesmo assunto eu custei bastante para entendê-la, mas percebi que era eu que não acompanhava o seu pensamento.

(tinha muito o que aprender ainda)

Muito prática, já tinha uma opinião formada sobre si mesma antes mesmo de começarmos, mais até do que outras pessoas imaginavam. Cara, ela me enganou direitnho... como queimei a língua...

(ao que dizem as mais simples são as melhores, e isso é verdade.)

Eu, efetivamente, não era nada.

Nos beijamos finalmente no carro, mesmo um pouco fechados um para o outro. Não conversamos quase nada depois, e se conversamos não me lembro (mas tenho certeza que não). Era um momento doce, um raro momento doce, desses inexplicáveis da vida, não porque não existem palavras para descrevê-las, mas sim porque você não quer dizê-las. Talvez pela minha carência ou por tudo ter acontecido da forma que foi eu tenha gostado bastante, apreciado cada segundo.

Enfim, foi tudo muito rápido. Tão rápido que parece até mentira.

(escrevo esse texto no passado simplesmente porque não tenho certeza do que acontecerá amanhã, muito menos se voltarei a vê-la)

A lua se escondia na noite, era uma fria noite. Nada a não ser um vento frio e uma leve garoa era notado. Não me lembro de nenhum cheiro em específico. Talvez por outras coisas estarem em minha mente...

.... a natureza não estava para se admirar dessa vez.

Deison Rafael
Enviado por Deison Rafael em 05/12/2017
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