Sem um "Puto" e sem Puta
De repente me vejo em um lugar estranho. Mulheres passam refletindo a intensidade de um ambiente avermelhado. Cheiro de sexo, suor e cerveja. Estou no balcão tentando adaptar-me a atmosfera. Sinto-me um pouco desconfortável, se fosse há uns três anos atrás eu estaria familiarizado com o clima. Quanta emoção perceber-se de uma hora para outra em um puteiro. O som, o vermelho, mulheres devassas até os ossos, vejo poesia na minha perspectiva, é que puta vai, puta vem, puta para, puta vai de novo, movimentos infinitos de putas pra todo lado. Começo a pensar na profissão e percebo a importância desta para com a formação do indivíduo sexualmente. Desconcentro, é que puta não para! Mas como eu ia dizendo vejo putas, putas onipresentes invadem completamente meu universo. Resolvi pedir uma cerveja - percebi que tenho dinheiro na carteira – vem o copo, vem espuma e vem puta. A noite promete!
Tenho cerveja!
Tenho dinheiro!
Tenho puta!
Tenho sono! Tenho cama! Tenho travesseiro! Tenho meu quarto!
De repente,
Acordei!
Sem um “puto” e sem nem sequer uma puta!