Eu odeio roer unhas.

Antes de me perguntar quem eu era Arnaldo olhou de súbito as minha unhas e pode percerbe-las carcomidas e miúdas,desgastadas pela ansiedade que começava na minha mente e involutariamente manifestava-se em um roer de unhas compulsivo e automático que me causava uma consternação sem igual.

Minhas unhas falam muito de mim,pensei.

Minhas garras falidas falam muito dos meus medos,redargui para mim mesmo.

As lascas de unha mastigadas equipararam-se aos meus pensamentos decompostos em lapsos de compulsão,afirmei de maneira automática porém incisiva.

Arnaldo já estava na enésima tentativa de tirar-me daquele devaneio bobo,sorria constrangido ante ao ser declinado ao nada que eu me tornara naquele instante.

Quem dera eu tivesse unhas de ferro.

Que bobagem.

Oxalá que meus pensamentos fossem intrigados das minhas mãos.

Antes minhas mãos desconhecessem o caminho até a boca.

Torquatto
Enviado por Torquatto em 18/11/2017
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