Cartéis, controles e conchavos
 
Pode ser que eu esteja delirando, mas a sensação de que os mecanismos oficiais e extraoficiais de fiscalização no país são uma piada diante do absurdamente gigantesco império dos selvagens inimigos do capitalismo tem fundamento. Sim, do capitalismo! Não existe nenhum adversário mais subversivo do que os ratos que praticamente dominam o sistema que deveriam zelar para que nenhum fantasma retrógrado saísse da tumba da esquerda direto para o trono do poder.
Na verdade já ficou mais que provada a opção capitalista acertada de países notoriamente de esquerda e, principalmente antidemocráticos. Porém, nós, que nos orgulhamos da liberdade, além de morrermos de tédio com a cantilena político-ideológica, estamos mesmo é sendo violentamente ludibriados nas coisas mais corriqueiras e escancarados que somos obrigados a engolir, ou seja, cartel dos postos de gasolina, cartel das montadoras de veículos (não tem lógica a dança extremamente equilibrada dos preços de veículos de marcas muito, muito diferentes); o jogo de ladrões entre organizações médicas, laboratórios e planos de saúde é uma máfia de fazer inveja a Don Corleone, coitado! Eu gostaria de ver como se compõe uma planilha de custos de um grande shopping. Não é que sejamos obrigados a frequentá-los, mas convenhamos: o lojista paga os olhos da cara em aluguel, taxas de propaganda, condomínio, percentual de vendas etc. O frequentador paga, se não consumir nada, o que é improvável, o famigerado estacionamento. ...E a pipoca do cinema? ...Que praticamente esses só existem nos shoppings?  ...e o malabarismo das tarifas de internet, celular e TV paga entre os operadores? Não tem quem compare, para que de forma sofrível, se distinga quem é quem nos preços. As redes de farmácias vêm se enfrentando numa aparente concorrência, mas só Deus sabe o que ocorre nos bastidores.... Não vou me estender mais porque iria cansar e deprimir ao lembrar os impostos mais caros do mundo que pagamos para os nossos representantes nos enganarem e, mancomunados com essa horda de malfeitores do sistema, mentirem deslavadamente sobre os números oficiais exigindo reformas como se essas fossem resolver o que nos mostram como problemas.