Amor e dor

O Amor e a dor estão tão intrinsicamente ligados, que por vezes se confundem; o Amor é a dor de gostar mais de alguém do que de si mesmo e como é preciso se amar para amar alguém caímos num jogo de subterfúgios, meias-verdades e auto enganações que a sociedade chama de Amor, mas que no fundo é apenas o exercício doloroso de nossas frustrações e pseudo-anseios, muito mais próximo das dor.

Amor mesmo é muito mais que isso, tão simples e ao mesmo tempo tão complexo que não cabe em nenhuma definição, não possui fórmula ou rótulos, é apenas o ato de sentir e exercitar seus sentimentos , sem medos ou pudores, numa comunhão plena com seus desejos e sua alma, despindo convenções ou razões.

O Amor pode até viver calado, escondido como um eremita, incapaz de conviver com uma sociedade que não o compreende, mas nem assim fenece, mantém a sua chama acesa, pois é tão completo, que de alguma forma se basta, mesmo sem poder ser exercido, como uma árvore impedida por um muro de expandir seus galhos.

O Amor vive até na linguagem do silêncio e se declara por telepatia, no fundo sabe que chegará seu dia, mesmo que seja em outra lua ou era, em outro verão ou primavera, até mesmo se seu destino for ser eternamente uma quimera.