O coma

O frio da noite e o silêncio. Nada se movendo... cigarras ao fundo, bem baixinho.

Paz e tranquilidade... ao que parece.

O silencio do mundo contra o barulho da mente.

E eu espero...

Espero o inevitável som do choque da realidade e a confirmação de meus maiores medos.

O que fazer quando a realidade invade até seus sonhos, seu último refúgio.

No começo você só aparecia rápido, um encontro que só tinha significado ao eu acordar. Uma ligação onde eu não entendia porque ouvir sua voz me acalmava. Era bom te ver acordado, era bom ouvir sua voz de novo. A realidade tentava entrar, mas você mesmo no sonho a expulsava.

Agora você não só morreu no meu sonho, mas de um jeito que seria bem provável de ter ocorrido se eu não tivesse ouvido, se não tivéssemos voltado para casa.

Você morreu em meu sonho pedindo ajuda, só que não tinha ninguém para ouvir.

Meu refúgio era meus sonhos estapafúrdicos, mas até no meio da maluquice a realidade entrou.

E acordar não melhorou, porque você não está aqui. Você está em seu próprio sonho, e não sei se está divertido, mas você não acorda.

Eu sei que a vida é uma merda. Mas por favor, volta papai.