Voando ao Cair

A Pensar na história do Doutor X, vilão de Nova Era, voaremos penduras em asas, agarradas nos pés de um pássaro, vendo tudo acontecendo das alturas, de baixo do nariz dos prédios, sabendo que só o mal sabe, mas não sabe que sabe a verdade, e não dorme, não morre, não vive, é o pecaminoso, o ardido, doído, queimado e gemido ruído Doutor X.

O Maior Vilão vive na cabeça do povo, no coração de couro e no corpo do cidadão, é o joelho torto, o andar desregulado, é o desafino do freio, o lado do canto errado. Ele lhe toma o tomar, o comer, todo o viver, a morte ele leva e você não vive sem ela. Nosso vilão tem gula de sangue, mas acha que é fome e ignorante come come come como come.

Toca o telefone, alguém atende, é um da lagoa, ligando pra um novaerense, na escuta o malzão Doutor X, calado num silêncio chiado que desconfiado o da lagoa diz em metáforas, para que a verdade não fique escancarada e tome sol de baixo pra cima, como as folhas beira rio.

Depois que D’lagoa disse ao novaerense umas boas de sempre, percebemos que o sempre é coisa de vida nossa, o cavaleiro pelas ruas entre carros e futuro anda presente no passado levando adiante aquilo que não se foi porque ele não deixou que fosse e não deixará ir, mas o Doutor X vem aí, como o tempo comendo todo o lugar e defecando severamente brasas aladas ao rio.

Quando o sonho acaba com o nascer do sol, pássaros sérios cantam para sereias, peixes flutuam pensando na poluição do ar, dizendo a seus filhos e ao futuro perguntas descabidas e sem jeito, porque falar do que não se sabe, exige medo e coragem, para descobrir o invisível, abrir os olhos na escuridão, é preciso vagalumes e estrelas cadentes que nos leve a uma direção.

O céu!

Voávamos nos pés de um pássaro

Pousar...

Voar enquanto se cai

Cair

Levantar

Ir

Poeta Pires Pena
Enviado por Poeta Pires Pena em 20/10/2017
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