DIA DO PROFESSOR

"No Japão o único profissional que não precisa se curvar diante do Imperador é o Professor, pois segundo os japoneses numa terra que não há Professores não pode haver Imperador."

Já no Brasil nós professores temos de nos curvarmos: aos alunos, aos pais, aos governos, enfim, à "Sociedade" que nos paga o "digno e

merecido" salário, quer seja com os impostos ou com dinheiro do próprio bolso. É um absurdo o que fazem de nossa profissão, professor-aluno tornou-se uma mera relação comercial, tem muito aluno dizendo "eu pago o teu salário" ou "meus pais pagam teu salário" seja na escola pública ou na particular. Em contrapartida, nós ou pelo menos a maioria de nós ainda tenta ensinar ou educar, porém se começamos a exigir um pouco para que os alunos aprendam algo logo vem as reclamações dos alunos e depois dos pais porque hoje não se vai para a escola aprender, se vai para um playground onde a babá atende pela alcunha de professor(a), só tentam aprender alguma coisa quando o ENEM bate à porta, porque aos 18 anos vai acabar a "moleza", a menos que se entre para a faculdade, daí papai e mãe seguem ajudando, quando podem é claro. E sabe o que acontece na faculdade??? Pasmem!!! Alguns alunos mantém em sala de aula o mesmo comportamento que tiveram durante os 12 anos de Educação Básica!

Claro que não estou dizendo que todos os alunos de todas as escolas são dessa maneira, muito menos estou dizendo que todos os professores são mártires, porque sabemos bem que tem muita gente aí que não é professor, está professor, e assim que "arranjar algo melhor" vai sair correndo da escola, mas me compadeço sim da grande maioria dos colegas que sofrem com péssimas condições de trabalho, salários atrasados e/ou parcelados, mas com certeza nossa maior dor é, foi e sempre será A FALTA DE RESPEITO!

- Não consigo entender isso, no meu tempo de aluno eu tinha de respeitar meus professores tal qual respeitava meus pais, muita reclamação no conselho de classe implicava necessariamente em sansões em casa, que somente eram retiradas no próximo conselho caso não houvessem mais reclamações quanto a comportamento e conduta em sala, e manter também boas notas, no máximo duas na média, o resto acima, porque "ter boas notas no boletim é obrigação de quem vive apenas para estudar", cresci sob esse lema, nem sempre eu conseguia manter as notas lá em cima, mas o esforço para atingir o objetivo era o que realmente importava, vou passar isso adiante quando chegar a minha vez, da mesma maneira com calma e sem a neurose de exigir nota 10, afinal EDUCAÇÃO SE TRAZ DE BERÇO - como diria minha avó materna (que foi arrancada da escola na 3ª série de colégio de campanha com professora multisséries, porque naquele tempo, década de 1930, mulher não precisava saber mais do que ler, escrever e fazer as quatro operações matemáticas, demais era aprender a lida de casa para ser uma boa esposa- QUE ABSURDO!) e na escola recebemos instrução.

Desculpem o desabafo desse professor em formação, mas acredito que quanto mais falarmos sobre isso mais chances teremos de um dia dar à Escola o papel adequado: o de formação cidadãos éticos, cultos, sábios e solidários, conscientes de seus direitos e deveres, que sabem preservar a natureza e respeitar seus semelhantes tratando-os como igual em todos os aspectos. Mas isso somente será possível quando houver respeito aos educadores e melhores condições de trabalho, melhores salários também, é claro! Ou seja, quando o povo compreender o REAL VALOR DE QUEM ENSINA!

Rodrigo EL CID
Enviado por Rodrigo EL CID em 16/10/2017
Reeditado em 11/01/2019
Código do texto: T6143715
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