COMO O NASCER DO SOL

O cenário social cada vez mais nos exige, como cidadãos, uma atitude mais participativa e dinâmica perante a comunidade em que estamos inseridos. Não é mais cabível se falar em um sociedade que somente vive à espreita, que apenas reclama aos representantes do serviço público, ações que produzam resultados palpáveis à população, sem que esse mesmo grupo demonstre pontualmente como estão contribuindo para que a solução seja realizada e obtida de maneira sustentável. Vale dizer que infelizmente existem ainda grupos que permanecem com postura inerte e insípida. De certo que esses lamentavelmente cooperam para que as ações não encontrem solo fértil para produzirem os frutos sadios viáveis e necessários ao equilíbrio comum. Quando refletimos sobre esse “papel comunitário”, podemos indagar então quem pode e deve realmente auxiliar na transformação do ambiente compartilhado para que ele se torne saudável, harmônico, solidário e possa agregar as pessoas de bem daquele meio? Ana Fraiman, psicóloga e escritora, nos afirma que “a paz não se constrói por ausência, nem omissão. É fruto de elevada consciência e de participação”.

Muitos ainda propagam uma mentalidade totalmente passiva e permissiva perante os acontecimentos e esperam ansiosamente para que um outro alguém adote uma postura de iniciativa para que as coisas não permaneçam como estão. Não é raro encontrar pessoas assim, que fomentam esse espírito de aguardo, de que outros deverão fazer o que ainda não foi feito. Esses, quase que literalmente dormem, alienados, inconscientes e porque não dizer que quase se assustam com o que ocorre ao seu redor. Alerta-nos, William Arthur Wardm, pastor e escritor norte-americano, que “as oportunidades são como o nascer do sol: se você esperar demais, vai perdê-las”. Aqueles podem até constatar que há muito por fazer, mas não desenvolvem em si a devida predisposição e coragem para arregaçar as mangas e sacudir a poeira e para colocar em prosseguimento as ações e a cultura de bem viver em comunidade. Podem até se acostumarem a conviver na desordem, podem compreender que tudo é assim mesmo e deixam qualquer migalha de bom empreendimento para lá. Pensam assim: aqui ninguém faz nada mesmo, que sempre foi assim e que deve continuar assim! Que por uma mentalidade imediata, entendem que fazer esforço é para outros e não para alguns. Quando acordam, já foi! Verdadeiramente estão em um mundo paralelo de ilusão e fantasia, no faz de conta, ou seja, no faz, não faz!

Parece discrepante, mas é natural que ali mesmo, perto dos descrentes e graças a Deus, existem os que vão à luta, que fazem por merecer o que tem. São os que trabalham pela harmonia, pela paz comum, que sabem que toda e qualquer ação voluntária e positiva pode interferir para que o seu meio social se torne ao menos um pouco melhor, se torne digno e condigno com uma realidade mais apropriada, com uma cultura de distribuição de exemplos que tornam a vida em sociedade ainda mais prazerosa e benfazeja, pois em meio a todos que ali transitam, são líderes natos que, por vezes sem instrução, sem delegação, agem na direção certa sem esperar nada em troca, mas que fazem apenas por entender que estão cumprindo com o seu papel de cidadão consciente de seus direitos e deveres. Nas palavras de, Anne Frank, uma judia que foi perseguida pelo nazismo, “que maravilha é ninguém precisar esperar um único momento para melhorar o mundo”. São pessoas que contribuem para engrandecer a moral, a ética o civismo entre os comunitários e que ao final do dia podem ir para o seu leito e dormirem tranquilos com a consciência leve de que fizeram tudo o de melhor pelo bem da coletividade.

Ressaltamos ainda que todo esse contexto demonstrado em poucas linhas acima são espelho de uma narrativa social que pode acontecer nos diversos setores que nos ladeiam, como na saúde, na economia, na assistência social e porque não dizer na sensação de segurança pública. Todos nós somos parte do que meio que nos circula e que porventura um olhar ativo, uma atitude positivada pode concretamente interferir no ciclo da criminalidade, no ciclo da enfermidade, no ciclo da miséria, nas políticas públicas e na convivência de forma eficiente. Todos nós somos responsáveis pelo que nos ladeia. “Chega sempre a hora em que não basta apenas protestar: após a filosofia, a ação é indispensável”, nos discorre o escritor francês, Victor Hugo. Cada um na sua grandeza ou na sua pequenez pode e deve oferecer seus préstimos conforme suas habilidades, conforme seus conhecimentos, de acordo com seus talentos no objetivo de prestar auxílio aos que mais precisarem e orientarem os que necessitarem para uma coexistência mais justa, igualitária e mais fraterna.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 07/10/2017
Código do texto: T6135959
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