Reflexões Sobre a Leitura e a Escrita na Escola

Ao ler o capítulo do livro Ler e Escrever na Escola: o real, o possível e o necessário, de Délia Lerner, capítulo este que leva o mesmo nome, fiz a seguinte reflexão, respondendo a uma atividade de um curso que faço sobre a produção de textos que pedia para discorrer sobre estes tópicos baseando-se nas próprias práticas em sala de aula.

Reflexão sobre o tema:

Baseando-me em minhas práticas e experiências, vejo o quanto o processo de formar escritores e leitores de forma efetiva é realmente um desafio.

Nós como educadores nos deparamos com muitos obstáculos e, além de buscar ajuda em cursos, trocas de experiências com outros colegas de área, leituras favoráveis aos nossos objetivos, entre outros, precisamos acreditar que é possível e nos manter firmes na certeza de que todo esforço nunca será em vão.

Em relação às práticas de linguagem, considerando as atividades de leitura, escrita e oralidade, devemos sempre nos manter com os pés fincados no chão. Considerar o real, o possível e o necessário, sempre será uma atitude que nos poupará de ficarmos frustrados ou mesmo de termos expectativas que podem não se concretizar.

Analisando esta situação, observo que o necessário, sem sombra de dúvidas é conseguir formar cidadãos que consigam colocar suas ideias no papel, que consigam expressá-las com eficiência, com clareza e correção. Que estas ideias também possam ser bem expressas através de seres articulados e centrados, que por serem leitores assíduos, também conseguem ter uma boa bagagem cultural e uma visão abrangente em relação ao mundo.

Diria que essas metas, em minha opinião, seriam mais do que necessárias, seria na verdade o ideal a ser atingido pela escola durante seus longos anos de formação acadêmica oferecida.

Porém, nos deparamos com o real! E o que temos no âmbito do real nos trás muitas questões que precisamos encarar com objetividade e otimismo mesmo que muitas vezes nos pareça assustador e quase impossível de ser alcançado.

“O real é que levar à prática o necessário é uma tarefa difícil para a escola. Conhecer as dificuldades e conhecer em que medida derivam (ou não) de necessidades legítimas da instituição escolar.[...] É por isso que, antes de formular soluções – antes de desdobrar o possível – é preciso enunciar as dificuldades.”

Esta questão colocada pelo texto me parece de suma importância, já que em uma sala de aula encontramos muitas diversidades, muitos pequenos “universos” e cada sala de aula possui uma “personalidade”, uma “identidade” que a difere das demais.

Quando fazemos esta reflexão, percebemos que não existe lugar para a frustração quando fazemos a nossa parte, o nosso melhor e simplesmente lidamos com o possível, apesar de saber o que é ideal, o que é necessário.

Como enfatiza o texto neste trecho, “[...]Os propósitos que se perseguem na escola ao ler e escrever são diferentes dos que orientam a leitura e a escrita fora dela. [...]” e isto faz com que muitas vezes nos sintamos nadando contra a maré e nos faz perceber o quanto será árdua esta tarefa, mas não impossível.

Então, o que vejo ser de grande valia ao ler este texto, é que devemos, antes de nos apoderar de técnicas ou sequências didáticas, procurar entender a diversidade das consciências que estão sob os nossos cuidados educacionais. Compreender que cada uma delas possui uma vida com interesses próprios, gostos, jeitos de ser e de agir e uma diversidade de potências internas prontas para despontar ou já em forma visível para o mundo. Perceber quais são as características das salas de aula que atendemos, e buscar trazer uma didática que consiga se encaixar a estas características.

Desta forma, posso concluir que a maneira como vou lidar com um grupo de pessoas nunca será a mesma de como vou lidar o outro. Em minha reflexão, vejo isso como um dos passos iniciais para se levantar as dificuldades, ou seja, saber de forma real e não “romanceada” com quem estamos lidando. E saber que nem tudo o que é possível com um grupo é necessariamente possível com o outro, talvez isso também seja o respeito que devemos ter às diversidades.

Priscila Koller

26/09/2017

Obs: Os trechos com aspas foram retirados do livro que gerou as reflexões.

Priscila Koller
Enviado por Priscila Koller em 01/10/2017
Reeditado em 01/10/2017
Código do texto: T6130434
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