Inveja, admiração, merecimento e aceitação

Já ouviu falar na tal “inveja branca”? Não sei quem inventou o termo, mas penso que ele se aplica àquela inveja que não é propriamente uma inveja, mas uma admiração, um desejo de ser/ter igual. Porque a inveja mesmo, no sentido literal do termo, é algo ruim. Inveja é quando você não tem ou não é e também não quer que o outro tenha ou seja. Já quando você inveja alguém por sua postura ou conquistas, sem lhe desejar o mal, é muito mais uma admiração por aquela pessoa. É querer se igualar por entender que o outro mereceu, que fez por onde.

Não é muito comum isso. Por exemplo, quando um amigo seu passa num concurso público dificílimo, muitos o parabenizarão, mas, por dentro, estarão se roendo de inveja. Esse não é amigo. Amigo fica feliz, de verdade, com a felicidade do outro. Aquele invejoso que, muitas vezes, até minimiza a conquista (“ah, também, com uma família pra bancar meus estudos, até eu passava”), é um pobre coitado. Porque se preocupa mais com a vida alheia que com a sua, esquecendo que, nessa vida, nossas batalhas são travadas conosco mesmos. Não precisamos ser melhores que ninguém, mas é fundamental sermos, hoje, melhores do que fomos ontem.

Se você quer alguma coisa, trabalhe pra isso. Ficar invejando o que os outros têm/são é perda de tempo e energia, porque a gente só colhe o que planta. E é preciso entender, também, que, às vezes, a colheita demora. É preciso resignação e paciência. Muitos amigos meus estudaram anos até conseguirem passar no tão almejado concurso. Fracassaram em dezenas, mas entenderam que o fracasso é só uma parada na estrada para o sucesso. Se tivessem se deixado abater, nunca teriam chegado onde queriam. Nunca teriam alcançado seus sonhos.

Mas é preciso, também, ter muita fé, pois Deus sabe o que é melhor pra nós. E isso nem sempre coincide com o que pedimos. Pode ser que a colheita não venha, por mais que a gente regue, implore, chore, esperneie. Porque só vem aquilo que a gente precisa e merece. Por isso, devemos sempre plantar o bem, sem esperar nada de volta. Se vier, é porque você mereceu. Se não, acolha o que vier, na certeza de que é o que você precisa no momento. Porque Deus não erra. Nunca.

 
Rosa Pinho
Enviado por Rosa Pinho em 26/09/2017
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