Coitada de Elvira.

Coitada de Elvira,foi o pensamento que me nasceu naturalmente e com pressa,vindo súbito e como houvesse feito-se desde a criação daquela criatura,que até então idealizava ao meu lado mais um de suas empresas sem planejamento,entregue as seus sonhos nebulosos,e jamais a qualquer resquício de razão.

Razão esta que poderia tê-la levado a patamares melhores,fazendo-a gozar da decência natural aos de classe média.

Uma pena!

Sua emoção,seus anseios e seu jeito covarde de ser levara-a a esta perdição no meio do rio corrente da vida,seu rosto transparecia seus desenganos somados a suas tentativas intermináveis de olhar a si mesma revestida com a mínima parcela de independência saboreando,tateando a aventura de ter chegado até ali;mais 5 segundos naquele olhar,podia-se enxergar,sem muita clarividência mediúnica ou até nível de sensibilidade acima da média,que naquele peito repousava uma flama de frustração.

Quando iria anunciar mais um projeto,era notável a mudança de tom de sua voz,uma inclinação de desacreditação própria...Por um segundo você chegava prensar que tudo dito era uma brincadeira enfadonha.

Mas não!Era Elvira pondo em luz,ou não,mais um de seus empreendedorismos carentes de lógica.

Coitada da Elvira...Pensei mais uma vez,só que desta vez,longe e convicto.

Sorri para Elvira.

-Boa sorte!Tem que se arriscar mesmo.

Ciente de sua teimosia e desencanto.

Ciente da minha preguiça de admoestá-la sem sucesso...

Coitado daquele que quer vencer na vida mas só tem coração e nada mais.

Torquatto
Enviado por Torquatto em 21/09/2017
Código do texto: T6120520
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