Pior do que a censura apenas o excesso de liberdade de expressão

A única coisa pior do que a censura é o excesso de liberdade de expressão.

Na censura, apenas se ignoram os fatos. No excesso de liberdade de expressão, os fatos são distorcidos.

Na censura, deixa-se de aprender. No excesso de liberdade de expressão, emburrece-se.

Na censura, a estupidez fica escondida. No excesso de liberdade de expressão, a estupidez transborda e contamina o mundo.

Na censura, o conhecimento é restrito. No excesso de liberdade de expressão, o conhecimento vira senso comum.

Na censura, a informação é privilegiada. No excesso de liberdade de expressão, a informação é instantaneamente ultra-mega-super disseminada e compartilhada sem qualquer filtro.

E sabe por quê? Porque não importa mais ter a informação correta. O que importa é que todos tenham a mesma informação, ainda que errada, inverossímil, incompleta ou tendenciosa.

E se você contesta a informação “mundialmente admitida como verdade”, você é o conservador, tradicional, idiota, antiquado e preconceituoso.

Você, mimizento chatonildo, deve estar se perguntando: “ ah, então você é a favor da censura? ”.

Não foi isso que eu falei.

Eu sou a favor de uma informação responsável. Só isso. E isso não é difícil. Basta fazer uma coisa que nos distingue de qualquer outro animal: ler.

Ler até o final, principalmente. Se você chegou até esta parte do texto, parabéns. Talvez 70% não tenha chegado.

Falta amor no mundo? Falta. Falta empatia no mundo? Falta. Falta muita coisa no mundo? Falta.

Mas sabe o que não pode faltar, principalmente? A vida inteligente na terra. Porque vida sempre existirá. Depois de um meteoro, tsunami, terremoto ou furacão, alguma forma de vida sempre irá vingar.

A vida na terra não está ameaçada. O que está ameaçada é a vida inteligente na terra. E isso não vai ser uma catástrofe natural que irá destruir. Paradoxalmente, o excesso de informação mal disseminada e mal interpretada irá destruir a inteligência humana.

E sem inteligência, nós somos como robôs. Ou como baratas, vermes, cachorros, micróbios, bactérias, plantas ou unicórnios.

Pois é, unicórnios não existem. E sem inteligência, nós também não.