O problemas dos erros é que, às vezes, eles beijam bem

Esta manhã, deslizando certos artigos em uma página, me deparei com uma frase de Rosi Coelho: “Se a gente for parar para pensar no que faz mal, não come nada, não vive nada e não ama ninguém.”

Até certo ponto discordei obviamente, só naquele belo detalhe final onde diz que se for parar para pensar no mal que as coisas fazem, não amarás ninguém, fui concordar com ela. Por algum tempo, refleti e enfim, concordei ironizando a situação. Porque exatamente isso ocorre? Bom, nem sempre é assim, mas se pensar no quanto sofreu no último namoro ou mesmo último flerte, Jamais vou amar novamente. Como se tivesse muita escolhas né? (Hahahaha...) Acredito, ou melhor, passei a acreditar que, quando o amor bater na sua porta, entenderá que nada disso importará.

Vamos com calma. Tudo nessa vida pede um pouco mais de calma, só um pouco mais, pois tudo em exageros não nos faz bem, em nada e nem para ninguém. Mais cuidado com as atitudes que tomamos, e claro, nos sentimentos que acumulamos, aqueles que começamos a carregar com consequências um tanto quanto inúteis. Por vezes, é bom afastar certas situações, pois quanto mais distantes dessas, mais alegrias sentiremos. O ideal é temperança, ou como queira, um belo e singelo equilíbrio.

Conhecemos pessoas que trabalham demais, e outras de menos. Tem pessoas que pensam e pensam, outras nem tanto. Algumas amam demasiadamente demais, outras exageram na medida da frieza. Eu, me exercito além da conta, e outras não há quem as tire do sofá. Concordo, que é difícil saber ao certo a dose certa de tudo que trazemos a nossa vida, porque por muitas vezes nos levamos pela aparência e esquecemos que aparências enganam. Nem tudo que eleva nosso ego nos faz bem, nem tudo que é gostoso é para o nosso corpo, do mesmo modo que nem tudo que é ruim nos faz mal.

Muitas vezes, na verdade, quase sempre, nos entregamos a situações sem nenhuma preocupação, esquecendo que isso pode ser perigoso, há pessoas que descartam de sua lista itens saudáveis, pois esses podem privar certos prazeres que farão por algum tempo diferença agradável em seu paladar. Comer carnes todos os dias acabará certamente com nossa saúde, mas nunca experimentar aquele doce soa exagerado. Não há como provar uma bela alegria e tranquilidade se policiando vinte e quatro horas. Quem vive preso em seus limites não terá tempo para curtir os detalhes que acontecem lá fora. Tudo passará demasiadamente despercebido.

Concordo em que, devemos ousar, de vez em quando, deixar de ser politicamente correto, para que errando possamos aprender, às vezes, sentir na pele as dores das consequências muito nos auxilia, talvez lhe soe exagerado, se assim pensar, é exatamente você, politicamente correto que deves fugir da monotonia. Experimentar aqueles sabores que antes lhe pareciam estranhos e desbravar o que o seu dia tem de melhor para lhe oferecer, lá fora longe das suas regras perfeccionistas e distantes dos olhos críticos, sim, aqueles que seu mundo perfeito busca encantar. Passar do ponto, vez ou outra, auxilia-nos a crescer, descobrir novos horizontes, perder os medos, a sair da rotina, sairmos do estacionamento, aquele que prende nosso cotidiano enquanto a vida passa ao nosso redor.

Levo comigo que quem muito escolhe acaba por ficar sem nada, quem se preocupa demais, quem conta tanto as calorias não sente o verdadeiro sabor, quem nunca erra nunca aprende, pois sabes tudo. Eu, mais que ninguém, defendo a alimentação saudável, os cuidados e a temperança nesse quesito, bom, não estou aqui dizendo que esse cuidado seja desnecessário, muito menos que deves viver perigosamente todos os dias, nada disso. Apenas entenda que se privar da vida toda de tudo o que faz mal, e de todos que não são perfeitos, não vai conduzir perfeitamente sua vida, prove tudo que for lícito! Desse modo, podemos desfrutar um pouquinho dos prazeres e de pessoas interessantes que o mundo nos oferece. Até porque, o problema de alguns erros é que, às vezes, eles beijam tão bem...
 


 
Elisa Strubb
Enviado por Elisa Strubb em 19/09/2017
Reeditado em 19/09/2017
Código do texto: T6118590
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