A Historia de um sacrifício Por Davi Alves

As duras verdades da vida são aquelas que requerem sacrifícios. - Esse foi o ultimo pensamento de Raul enquanto colocava a corda sobre o pescoço de sua amada vendo seus últimos suspiros irem embora como um relâmpago. Enquanto isso em sua mente ele cantava uma canção que se chamava Goo Goo Dolls. Naquele instante ele penetrou seus olhos nos da sua amada, ele sabia se fosse possível ela desistiria da eternidade para ficar mais alguns minutos com ele. Isso foi o que mais doeu em seu coração.

Era uma noite sinuosa, chovia e as estrelas em lagrimas testemunhava aquela cena em uma melancolia. Enquanto isso Raul ouvia de longe o barulho dos tambores do rei.

O Rei tinha dado uma escolha ao cavalheiro, obedecer ao rei renunciando seu amor e servir a um proposito ou morrer pela sua amada. Raul já tinha tomado sua decisão, ele não poderia voltar atrás.Ele teria que carregar o martírio.

Algumas horas atrás...

Lá estava ele sentado sobre seu sofá em frente a lareira ouvindo em sua radiola sua musica que cantava em seus lábios:

"O verão chegou e passou, O inocente nunca pode durar. Me acorde quando setembro acabar...Toquem os sinos novamente como fizemos quando a primavera começou. ...Lá vem a chuva de novo caindo das estrelas encharcado na minha dor de novo, nos tornando quem somos..

Enquanto a minha memória descansa, mas nunca esquece o que eu perdi. Me acorde..."

Ele sabia mais que ninguém o que representava essa musica para sua vida. Ao fim da melodia ele lembrou dos trilhos na vida que percorreu, ele viu coisas que nenhum homem jamais viu, presenciou crianças matando crianças, lordes pactuando com o mal, homens desenhando terrorismo pelo poder e mulheres vendendo suas famílias por prazer, ele experimentou o sabor da morte e saboreou a esperança ser vencida pelo ódio. Ele teve que pagar um custo muito alto para continuar vivo, o sangue de inocente que ele carregava em seus ombros o fez lembra de um hino que durante uma das várias guerras que ele lutou ficou marcado, foi quando em seu coração lembrou-se da historia desse canto que dizia que "Certa noite, em uma forte nevasca, na sede de um orfanato em Washington DC, um padre plantonista ouviu alguém bater na porta.

Ao abri-la ele se deparou com um menino coberto de neve, com poucas roupas, trazendo em suas costas, um outro menino mais novo.

A fome estampada no rosto, o frio e a miséria dos dois comoveram o padre...

O sacerdote mandou-os entrar e exclamou :

- Ele deve ser muito pesado!

O menino que carregava o outro disse:

- Ele não é um peso, ele é meu irmão!

Esse fato mexia com ele, ele que lutou tantas guerras, que feriu tantos homens e que foi combatido, nunca tinha encontrado a redenção, rogava todas as noites para que Deus perdoasse seus mais cruéis pecados ou que pelo menos não permitisse que ele voltasse a cometer os mesmos erros. As lembranças foram se apagando no passo que o tempo consumia sua fé, levantou de seu sofá colocou na mesinha de servição seu cálice de vinho, lavou seus olhos com suas lagrimas amargas, foi caminhando rumo a escada que daria de encontro ao quarto de sua amada naquela torre que o protegia. Foi subindo degrau a degrau devagarinho, ele que lutou a vida inteira contra problemas maiores que ele, ouvia o silêncio de sua dor mastigar sua alma pouco a pouco, ele refletiu sobre a atrocidade fascinante e complexa da interação de lealdade a um reino sem honra. Ao chegar de frente a porta do quarto de sua amada levou levemente sua mão direita a fechadura, aquela porta era o que separava ele de sua decisão.

Já desesperado rogou pedindo ao criador que livrasse daquilo que na verdade era uma maldição. Os sons dos tambores agora mais alto enchia os seus pensamentos numa fria assombração em sua consciência. Quando abriu a porta viu seu amor verdadeiro deitada sobre a cama coberta por um edredom de seda fina, seus ouvidos teria que escutar os gemidos febris, sua amada encontrava-se com o corpo magro e rosto pálido, um castigo para uma das mulheres mais linda do reino. Ele preparou a forca dentro do seu quarto, pegou ela e carregou em passos vagos até seu destino, a morte se aproximava o vento cochichou. Podia senti-la nem sua angústia, mas encontrou confortou ao ouvir de Helena as palavras: "Seu é o tecido, minha é a mão que costura o tempo, dele é a força que repousa por dentro, nosso é o fogo, todo o calor que podemos encontrar, ele é uma pena no vento", e para sempre vou te amar Raul, sussurrou Helena abrindo um sorriso. Aquela frase era uma tradução de uma canção de fogo de Led Zep que eles construíram seus laços. Ao fim, ele a enforcou sem nenhum prazer, ele a viu partindo.

Foi até a janela da torre e percebeu os soldados com seus tambores em frente a sua morada. O Rei tinha ordenado que Raul servisse como general em sua guerra deixando para trás sua esposa, ou caso negasse ele seria executado por traição. Raul então teve a dificil missão, escolher entre o amor ou seu Rei, ele escolheu o amor.

Quando recebeu a ordem real, sua amada estava enferma, um câncer terminal, ele então renunciou seu rei a favor do seu amor.

Helena sabia que o rei mandaria seus cavalheiros atrás dele, e não querendo dá o prazer ao rei, pediu suplicando a Raul que ele a matasse, ela não queria morrer pelos braços de nenhum corvo do rei, se fosse para morrer, queria morrer em seu quarto enforcada por quem ela amava, aquele pedido que ela fez a Raul foi duro, mas foi seu ultimo pedido, Raul não teve como recusar. Helena jamais aceitaria um "não" de Raul, esse foi seu desejo final, enforcada para que o rei não a usasse contra o Raul.

Naquelas horas Raul colocou sua armadura, pegou sua espada e viu os homens invadindo seu lar, eram em torno de vinte, ele conseguiu derrubar quinze dos homens do rei, mas uma punhalada por trás o acertou, ele caiu, ao passo que entrava e saia a espada o ferindo em seu corpo, foram mais de cinquenta golpes em seu peito, sobre o chão ensopado de sangue cantou sua ultima canção:" Pra sempre, desta vez eu sei, E não há nenhuma dúvida em minha mente, Pra sempre, até que minha vida termine, Menina, eu te amarei pra sempre."

O Rei sem honra matou aquele homem que deu durante sua vida inteira seu suor pelas causas do reino. Um Rei honrado nunca poderia ter feito isso com o Lorde Raul. Naquele tempo o Rei ficou conhecido como o Rei sem Coração. Assassinou seu maior guerreiro e foi castigado pelo seu povo, ele jamais seria amado, jamais seria conhecido por outro nome a não ser o "Rei sem Coração".

No funeral de Raul e Helena seus amigos fizeram a maior cerimônia já vista na terra, uma odes foi cantada:

"Isso é amor o que estou sentido?

Esse é o amor que eu estive procurando?

Isso é amor ou eu estou sonhando?

Isso tem que ser amor

Pois isso realmente toma conta de mim"

Naquele dia Raul que era uma mistura de Kiss com Beatles, tinha exatamente um metro e oitenta, olhos castanhos, forma física ideal, dominava oito idiomas, um homem que carregou em seu corpo marcas de sofrimento, ficou conhecido pelo "O homem que sacrificou-se por um amor alem das estrelas."

Fim

Davi Alves
Enviado por Davi Alves em 18/09/2017
Reeditado em 09/01/2019
Código do texto: T6117526
Classificação de conteúdo: seguro
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