A FUNAI está aí, vai proteger!

O dia 05 de dezembro de 1967 não foi um dia qualquer, é considerado uma marco em nosso país cheio de "brasis" e pluralidades. Nesse dia, foi sancionada a lei de n° 5.371 e a criação da Fundação Nacional dos Índios (FUNAI) que tem como missão institucional "proteger e promover direitos dos povos indígenas no Brasil."

Compete a FUNAI promover estudos de identificação e delimitação, demarcação, regularização fundiária e registro das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorar e fiscalizar as terras indígenas.

É ainda sua função, promover políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável das populações indígenas. Nesse caso, a FUNAI promove ações de etno-desenvolvimento, conservação e a recuperação do meio ambiente nas terras indígenas, além de atuar no controle e mitigação de possíveis impactos ambientais decorrentes de interferências externas às terras indígenas.

A atuação da FUNAI é orientada por diversos princípios dos quais se destacam: o reconhecimento da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições dos povos indígenas no Brasil.

Em meu quarto, sentada diante de minha escrivaninha, olho para a imensidão do céu, o calor escaldante, vejo cercas e mais cercas elétricas, muros e mais muros sufocando um pé de abacateiro e tudo isso é medida de segurança. Fico perplexa em refletir sobre tudo isso, já se passaram 50 anos que os povos indígenas estão lutando por algo que está garantido por lei em nossa constituição.

Recentemente, no último noticiário que assisti, os índios estavam em Brasília cercados e monitorados por policiais clamando por demarcações de suas terras. Assistir isso é relembrar a história do índio, o famoso 19 de abril, contada nos livros didáticos de antigamente.

Não sentimos dor em vê_los ali.

Até parece que não são vistos, é como se não tivessem amor à terra, aos filhos, ao próximo é como se não sentissem saudade, dor afeto, vontade, como se não tivessem sonhos ou se não fossem seres humanos.

Será que nos próximos 50 anos só veremos índios em filmes, documentários ou em fotos”? Compreendo que a força dos rituais antepassados são fortalezas, suas danças, seus cantos são de expressão da resistência de sua cultura.

Me preocupa a fala de um amigo meu, antropólogo Castorino, ele disse que "esta nova geração não quer aprender estes rituais, devido não suportar a fardo que a civilização traz."

Ouso até parodiar pelo poema de Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?

E agora, José?

Se a verba da FUNAI é desviada?

CPI foi instaurada com mais de três mil páginas.

E agora, José?

Se o tempo fechou,

O lago secou e a proteção não veio.

Chegaram os fazendeiros e foi um tiroteio,

Eles estavam a espera, munidos de arcos e flechas, mas o tiro veio primeiro. “Meu deus que desespero!”.

Minha cachorrinha "Juma" late na minha Janela como se dissesse. “Não precisa de guerra eles amam a terra”. Sim "Juma", antes a luta era contra os invasores europeus hoje, é contra os donos do capital e pela sobrevivência, amanhã; "sabe lá Deus."

Antes viviam do que a terra dava, hoje, muitos vivem vagando pelos centros urbanos outros em minúsculas reservas e os demais, lutando por elas. Não e fácil isso, eu sei, mas a FUNAI esta aí, vai proteger!

jessicarosanne.to@gmail.com

JESSICA ROSANNE
Enviado por JESSICA ROSANNE em 18/09/2017
Código do texto: T6117451
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.