VOU FAZER 69

VOU FAZER 69

O fescenino, de imediato, fará a ilação descabida identificada com a sua maliciosa maneira de viver pouco ortodoxa. Essa reflexão se faz necessária no momento em que me aproximo, célere, agora em Setembro, dos sessenta e nove anos de idade. Como o tempo passa rápido, gente! Outro dia, adolescente, palmilhava as ruas, becos e vielas da Vila da Imbiribeira, prescrutando os acontecimentos, as coisas, os fatos, os desencontros, do dia a dia humano que não me escapava à observação. A chegada da idade avançada traz consigo, inevitavelmente, a satisfação pelo tempo vivido, acompanhado paralelamente do desalento, a diminuição dos sonhos, pois este sempre colide com a realidade. Apesar disso, vou comemorar no recôndito do lar, cercado pelos familiares. Nesse atual quadrante da vida o que mais ansiamos é a manutenção da saúde ora ostentada, embora aqui e ali surja surpresas desagradáveis, intercorrente entre aqueles que estão a percorrer e a dobrar, a singrar o “cabo da boa esperança!”! Mas, a estrofe daquela letra de Chico Buarque não me saí da lembrança:

A gente vai contra a corrente

Até não poder resistir

Na volta do barco é que sente

O quanto deixou de cumprir

"A gente quer ter voz ativa

No nosso destino mandar

Mas eis que chega a roda-viva

E carrega o destino pra lá

Data: 03/09/2017

ANTONIO FRANÇA

ANTONIO FRANÇA
Enviado por ANTONIO FRANÇA em 03/09/2017
Reeditado em 23/01/2018
Código do texto: T6103168
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