Esquecimento masoquista

Concordo que o ódio é mesmo um sentimento nagativo que não só prejudica quem o cultiva. Quando se insiste em ativá-lo via retaliação ou vingança, ele leva o odiento ao triste e infeliz caminho da perdição. O ódio corrói e anula o ser humano.

Mas reconhecer isso e não aderir ao ódio, é uma coisa; outra coisa é simplesmente esquecer quem nos ofendeu, perseguiu e prejudicou. Não só a nós próprios, mas aos menos favorecidos. As pessoas, entendo, mesmo as mais pacíficas e conscientes, não podem abrir mão do seu amor próprio, não podem de forma nenhuma perdoar e beijar o chicote que os açoitou, nem a elas e nem aos mais humildes. Quem perdoa humilhações e perseguições renuncia ao brio. Pior, arranha demais a honra.

Acho estranho que algumas pessoas, justamente os mais humilhados e ofendidos, estejam sendo atacados por um surto de esquecimento e perda de memória. E nao é esclerose, mas falta de brio, caráter e vegonha na cara. Esse esqueciento masoquista não apenas causa perplexidade mas também revolta. Eu, pessoalmente, acho que quem esquece humilhações e perseguições e passa a confraternizar com seu algoz, perde, sem dúvida, a vergonha, é um sem-caráter.

Não se trata de semear o ódio. Nunca. Mas de preservar o brio, o mor próprio e a vergonha na cara. Pode até parecer radicalismo, mas jamais confraternizaria com quem me perseguiu, ofendeu ou prejudicou. Nem a mim e nem aos pobres.

Deus me deu forças para manter a minha honra. Graças a Deus. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 26/07/2017
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