Um Amor e o Gato de Schrödinger

Ontem fui ao shopping passear e numa dessas pausas para uma conversa qualquer, entre um sanduíche e uma porção de fritas, eu participei, ativamente, como ouvinte, de um papo sobre "amor". Enquanto o papo fluía, eu continuava calado, beliscando uma batata, e refletindo sobre as essencialidades de um amor ocasional...

Durante as concordâncias e discordâncias da conversa, rapidamente, coloquei esse amor dentro de uma caixa bem lacrada e ligada a uma válvula capaz de liberar um gás altamente venenoso.

Acontece que, essa válvula poderia ser ativada (ou não) pela simples movimentação das convicções, sejam elas positivas ou negativas, de quem pensa e vive esse amor. Não se devem mover as convicções....

Devido às tantas hipóteses sobre o comportamento dessa tal convicção, em certo momento, os amantes, sem conseguir olhar dentro da caixa, não tem certeza se aquele amor, realmente, morreu ou está vivo. Pois, ao tentar abrir a caixa, tal movimento de convicção, reagiria e acabaria selando o destino desse amor.

Certamente Schrödinger não compreenderia o que um amor imaginário faz no lugar do seu gato experimental, dentro da caixa; nem muito menos entenderia o que me fez pensar num gato, enquanto degustava um Cachorro quente com fritas, durante um papo sobre amor num shopping.

Sei que, toda quântica sugere que, enquanto houver tempo, esse amor estará eternizado e, simultaneamente, morto e vivo...

Tal qual essa reflexão de amor, silenciosa, e sem convicções...