MADURAS REFLEXÕES

Quando era jovem, via o futuro como uma entidade abstrata. Como um país muito distante, além das minhas possibilidades concretas.

Sonhava fazer tanta coisa. Desafiar a ordem estabelecida, ter a voz reconhecida entre meus pares. Mudar o mundo.

No entanto, a maturidade muda tudo isso e nos surpreende com outras notícias. Nos informa que o planeta está estruturado em zonas de poder. Nos diz que os que são os donos do negócio não querem se solidarizar. Dividir seus lucros.

À parte disso, nossos colegas de jornada teimam em se despedir mais cedo e adentrar outros reinos imateriais.

Tenho me pego fazendo exercícios de aritmética. Diminuindo da idade do falecido amigo minha idade e estipulando um período de vida pela frente.

Estranhamente, isso não tem me apavorado. Sinto que usufruirei os próximos anos, com muita mais consciência do que ontem.

Em que pese às dores da coluna, estou mais sábio. Tirando o sobrepeso, estou com a alma mais leve.

Lá fora faz um dia de sol. A vida me convida e eu não sou trouxa de não aceitar a invitação.

Ricardo Mainieri
Enviado por Ricardo Mainieri em 24/07/2017
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