Efeito colateral


 
Lembrei de trecho de um texto em que o sabiá da crônica fala sobre Copacabana e fui pegar o livro para lê-lo. É livro pequeno capa dura cor de vinho com letras douradas na lombada, estava deitado sob outros livros do sabiá Rubem Braga na prateleira do armário.

Aí eu fiquei olhando as lombadas dos livros deitados na prateleira do armário lendo títulos e nomes dos autores, e lembrei que um dia entrei no Recanto da Letras, abri a aba autores, escrevi o nome da autora e ela não estava lá.

Tempos depois ela retornou com outro nome, manteve seus textos, mas não pode usar seu nome próprio por certo período. Talvez você tenha lido alguma poesia ou outro texto dessa promissora escritora, seu nome não é Raimundo Nonato, embora seja professora. Seu nome é Ana Bailune. No dia em que eu voltei a ver o nome Ana Bailune no Recanto sorri de alegria.

Talvez alguém pense ser indiferente a mudança de nome, mas eu discordo de quem assim pensar. O senhor Jacó Filho não pode virar Felisberto Neto. O nome usado em obra literária não pode ser modificado. Eu vejo essa pratica como uma amputação. Os textos ficam órfãos de pais vivos.

É muito bom ver seu nome no Recanto Das Letras, de onde nunca deveria ter saído, e para sempre deverá ficar.

A crônica do sabiá é:
Ai De Ti Copacabana.

 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 16/07/2017
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