Barquinhos de papel

Não devemos nunca esconder nossos atos ridículos, principalmente os do passado. Sei que é meio constrangedor lembrá-los, mas queiramos ou não, eles fazemo parte do acanhado, mixuruca e matuto show da nossa vida.

Tem mais, talvez analisados à luz do momento que form vivenciados, els não sejam tão ridiculos, antes e pelo contrário... Sim, porque, convenhamos, essas saias justas, esses micos, essas trapalhadas, essas fafes são parte do patrimônio que pe a história de nossa vida. Ela, a vida, é um todo. Aquilo que hoje talvez julgamos ridículo seria mesmo ridículo no contexto que aconteceu? O que é ridículo, uma realidade, algo que existiu ou esconder esse acontecido? É complicado, mas nem tanto.

No meu caso particular, além de toda sorte de gafes, trabalhadas, malfeitos, farrapadas, derrotas, insucessos, inclusive no terreno amoroso (creio que todos curtimos um desamor, um amor não correspondido), numa certa época paguei um mico arretado: fui orador de uma turma que concluiu o curso ginasial (ser orador já foi um golpe, era repetente e sabia que orador nãseria reprovado). O grande problema foi escrever o "discurso", era péssimo em redação, mas asssim mesmo num esforço muito grande fiz um arrazoado e um grande amigo corrigiu e deu forma de discurso, inclusive incluindo algumas frases, nao nego. Mas a essência foi de minha, digamos, lavra.

Só me lembro do início e do final. Todo empalitozado, parecendo um judinha, depois daquela saudaação prolixa aos presentes, comecei: "Na madrugada da vida quando somos apenas barquinhos de papel em meio a um mar revto...". Algumas pessoas, pasmem, ficaram com cara de emocionadas, pode? Bom, fi em frente até o final que tterminei, a cnselho do amigo, com uma frase em latim: Alea jacta est, depois agradeci aos pais, professores, colegas e Deus. E disse: Viva o Brasil, Viva Pernambuco, Viva Arcoverde!. Tenho dito.

O professor de francês, um cara muito culto e que se dava muito comigo, dias depois num bar me disse que quando me ouviu falar nos barquinhos de papel, sau de fininho e foi rir demais na rua. Eu também ri, sei que foi algo hilário. Mas hoje, hermanas e hermanos, não rio mais dessa frase, na verdade ela transmitiu um sentimento, eu quis dizer que na juvnetude enfrentamos dificuldades, obstáculos, dureza... Cometi uma metáfora hilária para um adulto, um cara culto, algupém maduro, mas eu tinha 16 anos. Era apenas um adolescente. Tinha direito aos meus barqinhos de papel, tinha diireito até aos meus castelos de areia...

Eu guardava esse discurso, que fora datilografad pelo amigo, mas perdi, a gente perde tanta cisa nesta vida, né mesmo? Mas o discurso estpa na minha mente e coração. E não rio dele. Teno o maor orgulho. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 16/07/2017
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