O estelionatário da fadiga

Dentre as funções sociais mais importantes, existem pessoas que não podem abandonar seus postos jamais, caso contrário, aquilo que conhecemos como democracia passaria a ter outro nome. Policiais, bombeiros, médicos, defensores das florestas, enfim, pessoas que ajudam o nosso mundo girar.

No universo dessas pessoas, destaca-se um indivíduo que merece atenção quanto a facilidade em seu corrompimento quando enfrenta o popularmente conhecido "cinco minutos". A batalha que se trava entre a sua consciência e o cinco minutos é algo manjado em casas de apostas, não apenas pela frequência do combate, mas também pela alta probabilidade de se antever o ganhador.

Observando alguns sintomas sociais, podemos observar alguns reflexos reais que são frutos desses duelos imaginários. São os quatro despertadores que o cidadão usa para acordar na segunda, o quarto copo de coca-cola que acompanha a batata frita, a dor nas costas de não levantar do sofá e ir caminhar pelo parque.

Contudo, vale a pena destacar que existe o outro lado. Existem aqueles que possuem o dom de se convencer que o suor precede o sorrir. São pessoas que possuem o mesmo caráter do cidadão que trabalha em dois empregos, faz faculdade a noite e chega em casa feliz para contar história para o filho dormir. Superadores dos limites da fadiga.

Independente de como anda o placar da sua batalha pessoal, meu caro leitor, vale a pena refletir que, dentre os maiores estelionatários que já pisaram sobre a Terra, ninguém consegue te ludibriar com tanta frequência quanto aquele que aperta o botão de soneca do despertador.